PSol acusa Nunes de “uso da máquina” após polícia deter panfleteiras
Cinco mulheres foram detidas nesta quarta-feira (5/6) na zona leste distribuindo panfletos da campanha de Boulos com críticas a Nunes
atualizado
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São Paulo — A campanha do deputado federal Guilherme Boulos (PSol) à Prefeitura acusou o adversário Ricardo Nunes (MDB), prefeito da capital, de “uso da máquina pública” após policiais militares deterem, na manhã desta quarta-feira (5/6), na zona leste da capital, um grupo de panfleteiras que distribuía material com críticas ao prefeito na zona leste de São Paulo.
“A ação desta quarta-feira mostra, sobretudo, que o prefeito Ricardo Nunes está fazendo uso da máquina pública de maneira descarada, valendo-se de suas alianças eleitorais para tentar impedir a população de tomar conhecimento dos fortes indícios de corrupção que pesam contra sua gestão”, diz nota distribuída pela equipe de Boulos.
A “aliança” citada na nota, é uma referência velada entre o apoio a Nunes pelo governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), que comanda a PM.
Cinco panfleteiras estavam entregando os cartazes na Estação São Miguel Paulista, da Linha 12-Safira da rede de trens, por volta das 10h. O boletim de ocorrência do caso, registrado no 63º DP, informa que policiais militares foram acionados — sem dizer por quem — “acerca de um grupo de pessoas que estaria realizando panfletagem política ilegal”.
Panfletos contra Nunes
Na terça-feira (4/6), dia anterior, a Justiça Eleitoral havia acatado um pedido do MDB, partido do prefeito, para impedir o PT distribuísse material similar ao apreendido. O PT apoia Boulos. A diferença entre os materiais é que os panfletos vetados na terça eram assinados pelo PT, enquanto os desta quarta tinham assinatura do PSol.
O delegado Júlio César dos Santos Geraldo, que registrou o caso, decidiu instaurar um inquérito para apurar o caso, porque entendeu, ainda segundo o boletim de ocorrência, que a ação “pode indicar a prática de ação maliciosa e coordenada” entre o PT e o PSol para driblar a decisão judicial.
O MDB, por sua vez, enviou uma petição à Justiça Eleitoral para requerer aplicação de multa ao PT por descumprimento da decisão de terça-feira (5/6).
Ao acusar Nunes de usar a máquina pública, o PSol argumentou que o material apreendido não era o mesmo que o vetado pela Justiça. O partido afirma que os panfletos apreendidos “trazem apenas informações já amplamente divulgadas pela imprensa”.
“Trata-se de tentativa de censura, já que o material apreendido na manhã desta quarta-feira não tinha contra si nenhuma restrição judicial”, diz a nota.
Procurada, a Prefeitura de São Paulo não comentou a acusação do PSol.