PSB homologa nome de Tabata à Prefeitura de SP e adia escolha de vice
Convenção do PSB que confirmou candidatura de Tabata Amaral à Prefeitura de SP foi realizada neste sábado (27/7), na zona norte da capital
atualizado
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São Paulo – Sem um candidato a vice, e antes mesmo de subir ao palco da convenção de seu partido, a deputada federal Tabata Amaral (PSB) homologou sua candidatura à Prefeitura de São Paulo neste sábado (27/7), em evento na quadra da escola de samba Rosas de Ouro, na zona norte da capital.
A parlamentar e 56 candidatos a vereador homologaram suas candidaturas nos bastidores do evento, que contou com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Márcio França (Empreendedorismo).
Questionada sobre o isolamento político e o adiamento da escolha de seu vice, Tabata afirmou que a definição se dará até o dia 5 de agosto, prazo limite estipulado pela Justiça Eleitoral para homologação da chapa, enquanto o PSB ainda tenta atrair um partido para sua coligação.
“A gente ainda tem tempo para fazer essa definição. Hoje foi o dia de apresentar a minha candidatura, os nossos candidatos a vereador. Não estamos preocupados com esse assunto [vice]”, disse Tabata. A deputava esperava contar com José Luiz Datena em sua chapa, mas o apresentador confirmou sua própria candidatura a prefeito pelo PSDB neste sábado.
Questionada sobre Datena, Tabata se esquivou. “Não cabe a nós comentar questões internas de outro partido, mas vou puxar minha sardinha. O PSB está aqui em peso, com seu presidente, nosso vice-presidente, seus governadores . A gente tem clareza de qual é o nosso projeto”, disse. A convenção do PSDB que oficializou a candidatura de Datena foi marcada por confusão e troca de insultos entre tucanos.
Segundo Márcio França, o PSB ainda nutre uma expectativa de contar um partido na chapa de Tabata. “Vamos aguardar até o dia 6. Sempre tem alguma mudança que pode acontecer. Temos as alternativas necessárias se for o caso de fazer [o vice] com nosso próprio militante”, afirmou o ministro.
Críticas à gestão Nunes
Ao longo de seu discurso, Tabata fez críticas à gestão da cidade, sem mencionar o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB). “A locomotiva do país está desgovernada”, disse. Segundo ela, o dever de trabalhar para “dar oportunidades” foi “deixado de lado por quem deveria garantir que a cidade funcione para os seus cidadãos”.
Depois, em entrevista coletiva, ela afirmou que “a prefeitura perdeu o controle da cidade” e que é a única candidata com condições de trabalhar em parceria tanto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quanto com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
O evento lotou a quadra da escola de Samba Rosas de Ouro, na zona norte de São Paulo. Antes de Tabata, candidatos a vereador pelo partido tiveram alguns minutos para falar aos correligionários em um palco com duas grandes fotos da candidata a prefeita e o slogan “São Paulo em Primeiro Lugar”.
Da convenção do PSB, Tabata sai da mesma maneira que entrou: cercada apenas de aliados de seu próprio partido, espremida pelas candidaturas polarizadas do deputado Guilherme Boulos (PSol), apoiado por Lula, e do prefeito Ricardo Nunes (MDB), apoiado por Bolsonaro, e perdendo espaço na terceira via para o apresentador José Luiz Datena (PSDB).
Até a manhã deste sábado, Tabata ainda mantinha a esperança de contar com Datena como seu vice, como chegou a ser negociado no início do ano. Mas ao mesmo tempo em que acontecia a convenção do PSB, o PSDB oficializava, na Assembleia Legislativa (Alesp), a candidatura do apresentador a prefeito, com o tucano José Aníbal como vice.
Como adversário, Datena desidratou as intenções de Tabata ainda na pré-campanha. No início do ano, a deputada figurava em terceiro lugar nas pesquisas eleitorais, atrás de Boulos e Nunes. Com Datena e o influenciador Pablo Marçal na disputa, a pessebista caiu para 5º lugar nas intenções de voto.
O preço da campanha
No ano passado, o Metrópoles mostrou que pessebistas já receavam a falta de verba do Fundo Eleitoral para a campanha de Tabata. Principal fonte de financiamento das candidaturas, a maior parte do Fundão é dividida entre as legendas de forma proporcional às cadeiras que cada partido possui no Congresso Nacional.
Para 2024, do polpudo valor de R$ 4,9 bilhões do Fundão, R$ 147 milhões (menos de 3%), ficarão com o PSB. Há quatro anos, quando o fundo era bem menor, de R$ 2 bilhões, o partido recebeu R$ 109 milhões, uma fatia de 5%.
Sem outro partido para compor com Tabata nestas eleições, e assim acrescentar mais verba à candidatura, o PSB teme que a campanha não atinja projeção suficiente para que a deputada se mantenha um ativo viável para disputar novamente a Prefeitura em 2028.