Protetores fazem campanha contra “extermínio” de aranhas em SP
Cartazes e placas na zona norte de São Paulo informam que as espécies de aranhas são inofensivas e pedem para que elas sejam preservadas
atualizado
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São Paulo – “Por favor, não me mate! Eu gosto muito de árvores e jardins. Sei que não sou tão bonita, mas não precisa ficar com medo. Sou inofensiva para humanos e bichinhos de estimação”.
Esse é um trecho do cartaz pedindo a preservação de aranhas que foi espalhado por Nicole Dourado, de 24 anos, no condomínio em que ela mora na zona norte da capital paulista.
Apaixonada por insetos e aracnídeos desde a infância, a analista de mídias sociais conta que virou uma defensora das aranhas depois que uma espécie “enorme” surgiu perto da janela do seu apartamento, em fevereiro deste ano.
“Eu crie um afeto por ela”, diz Nicole. Depois de ver pessoas tentando matar o aracnídeo, a jovem fez o cartaz com um QR Code informando que a aranha-de-prata, espécie encontrada na região, é inofensiva para humanos e animais de estimação.
“As pessoas acham que é um monstro, um bicho que vai pular em você, vai fazer alguma coisa. Por falta de informação, acabam querendo matar. Então, coloquei uma linguagem mais fácil que fizesse a pessoa ter dó mesmo. Coloquei a aranha falando como se fosse uma pessoa para pensarem duas vezes antes de fazer alguma coisa”, conta a analista de mídias sociais.
Nicole mora em um condomínio que reúne 19 blocos, 152 apartamentos e 300 árvores, no bairro do Tucuruvi, zona norte paulistana. Síndica do local há mais de uma década, Célia, de 69 anos, apoiou a campanha para conscientizar os moradores e apenas dois deles reclamaram da conservação das aranhas.
Avenida Braz Leme
Já no canteiro central da Avenida Braz Leme, também na zona norte, os protetores Caio Martins e Raphael Christofoli, do perfil no Instagram Insecnideos, colocaram uma placa para informar que a aranha-teia-dourada, outra espécie comum na região, é inofensiva e não sai dos fios que tece entre as árvores.
Moradora de Santana, a dentista Ive Vilela, de 31 anos, caminha sempre pelo canteiro e reparou que as aranhas começaram a se tornar mais presentes no local no fim do ano passado.
Embora não conheça os defensores das aranhas, ela conta que o cartaz informando sobre a inofensividade dos bichos, colocado há cerca de dez dias, deixou-a mais tranquila.
“Eu tenho muito medo de aranha e fiquei menos preocupada depois que colocaram a placa, porque sei que elas estão de boa ali”, afirma Ive.