SP: protesto fecha terminais de ônibus e pega passageiros de surpresa
Pelo menos nove terminais foram fechados durante manifestações motivadas por disputa sindical; rodízio de veículos foi suspenso
atualizado
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São Paulo — Um protesto fechou pelo menos nove terminais de ônibus em São Paulo na manhã desta terça-feira (21/11). O Metrópoles apurou que os atos foram motivados por disputas internas do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário e Urbano de São Paulo (SindMotoristas), que realiza eleição esta semana.
Os terminais fechados foram Santo Amaro, João Dias, Capelinha e Campo Limpo, na zona sul, Santana e Cachoeirinha, na zona norte; Pinheiros, na zona oeste; Dom Pedro II e Mercado, na região central.
Por causa do impacto provocado pela paralisação nos terminais, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) suspendeu o rodízio para carros e caminhões nesta terça-feira. A suspensão vale para os picos da manhã (7h às 10h) e da tarde (17h às 20h).
A SPTrans informou que o restabelecimento do serviço de transporte público vem ocorrendo, de forma gradual, desde as 10h35. Disse, ainda, que deslocou equipes de campo e guinchos para apoiar a operação no terminais.
Além disso, segundo a SPTrans, um boletim de ocorrência será registrado para que os responsáveis sejam identificados e punidos criminalmente.
No Terminal Santo Amaro, um dos mais afetados, um ônibus foi apedrejado por um passageiro, que teria se irritado com a manifestação (veja abaixo).
Falta de comunicação
No Terminal João Dias, muitos passageiros reclamaram da falta de comunicação sobre o protesto.
Sem saber sobre a manifestação, Celita Jesus Ramalho saiu de sua casa, no Capão Redondo, para ir ao centro da cidade. Ela conta que só foi avisada sobre a paralisação quando estava havia mais de meia hora esperando o ônibus no terminal.
“Eu cheguei aqui umas 10h, mas não avisaram nada. Eles têm que avisar. Eu estava na fila do Terminal Bandeira e só agora que o rapaz falou”, disse a aposentada.
Passageiros contaram que os manifestantes estacionaram ônibus na saída do terminal no sentido centro. Com isso, alguns veículos conseguiam chegar ao local, mas ficavam impossibilitados de sair. A saída no sentido bairro continuou aberta, mantendo o fluxo de ônibus para o extremo sul.
Avisos no metrô
Rose Santos também reclamou da falta de comunicação e disse que faltaram avisos sobre a paralisação para os passageiros da Linha 5-Lilás do Metrô. A estação Giovanni Gronchi é interligada ao terminal João Dias, mas não tinha nenhum alerta sobre o problema na manhã desta terça.
“Eu acabei de sair de dentro da estação onde eu estava, no metrô, e ninguém comunicou nada. Agora eu vou ter que voltar e pagar mais uma passagem”, disse Rose.
Eliana Soares tentava pegar um ônibus para ir a uma consulta na AMA Jardim Alfredo e também foi pega de surpresa pelo protesto.
“Parece que está tudo parado, mas não sei [como está] na Avenida Maria Coelho Aguiar. Vou perguntar para algum fiscal”, afirmou ela, enquanto buscava uma alternativa para chegar ao médico.
Procurada, a ViaMobilidade disse que, em caráter emergencial, colocou os agentes de segurança reforçando o fluxo de pessoas e avisando os passageiros nas estações Santo Amaro e João Dias.
O Metrópoles também procurou o SindMotoristas, mas nenhum representante foi localizado. O espaço segue aberto para manifestação.