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Professores da USP anunciam paralisação por mais contratações

Educadores ficarão fora das salas de aula até 2 de outubro, quando nova assembleia vai deliberar sobre greve da categoria

atualizado

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João Vitor Pereira
Imagem colorida mostra estudantes da USP na chegada ao Largo da Batata - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra estudantes da USP na chegada ao Largo da Batata - Metrópoles - Foto: João Vitor Pereira

São Paulo – Professores da Universidade de São Paulo (USP) anunciaram, nessa terça-feira (26/9), uma paralisação nas atividades até o dia 2 de outubro. Os docentes cobram que a reitoria faça novas contratações para repor as vagas abertas nos últimos anos com aposentadorias, exonerações, rescisões e falecimentos.

Desde a semana passada, estudantes da USP estão em greve pelo mesmo motivo. Dados do Anuário da instituição mostram que a universidade perdeu mais de 900 professores nos últimos oito anos. Em 2014, eram 6.090 docentes. Já em 2022, apenas 5.151 educadores trabalhavam na universidade.

Em carta divulgada nessa terça-feira, a Associação de Docentes da USP (Adusp) reivindica que a reitoria faça a realização de concursos em caráter emergencial e imediato para as disciplinas que sofrem com a defasagem.

Em alguns cursos, como o de Artes Visuais, na Escola de Comunicações e Artes (ECA), disciplinas obrigatórias foram temporariamente canceladas porque não havia educadores suficientes para ministrar as aulas.

Há ainda relatos de sobrecarga de professores, que precisam abraçar mais disciplinas que o usual para evitar que os alunos fiquem sem aulas.

Um dos casos mais graves é o Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), onde professores já haviam decretado paralisação na semana passada em apoio ao movimento dos alunos.

Nova assembleia

Na próxima segunda-feira (2/10), uma nova assembleia será realizada para decidir se a categoria entrará ou não em greve.

A Adusp afirma que, de 1995 a 2022, o número de estudantes matriculados na graduação foi de quase 80%, mas o número de docentes cresceu apenas 2% no mesmo período. Entre as propostas levantadas pela categoria está a realização de estudos para observar as necessidades de cada unidade.

A associação também defende que os concursos sejam realizados com reserva de vagas para pretos, pardos e indígenas. Em agosto, a Defensoria Pública de São Paulo solicitou à Justiça a suspensão de mais de 200 concursos da USP por não cumprirem com as medidas de reserva de vagas.

A universidade anunciou, em maio, a adoção de políticas afirmativas para a contratação de professores e servidores técnicos e administrativos. A decisão, no entanto, considerou apenas os processos seletivos abertos a partir daquela data.

Com isso, 261 concursos que estavam com inscrições abertas ou encerradas no momento da publicação do documento ficaram de fora da medida.

O que diz a USP

A USP diz que a cota não foi aplicada aos concursos questionados pela Defensoria “em função da decisão dos órgãos deliberativos da USP” e se apoiou na questão da autonomia universitária.

Sobre os movimentos grevistas, a universidade afirma que iniciou a contratação de 879 professores no que considera como “o maior esforço já empreendido” para a contratação de docentes na instituição.

Do total de vagas abertas, 238 já foram preenchidas, segundo a universidade. Nesta quinta-feira (28/9), representantes da reitoria e dos alunos participarão de uma reunião em conjunto.

Além da contratação de professores, os estudantes também reivindicam mais investimentos no auxílio permanência.

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