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Professora morta em escola acreditava que a educação mudaria sociedade

“Ela acreditava que a educação mudaria”, disse Rosana Garcia Tenreiro, prima de Elisabeth; professora foi morta por aluno em escola de SP

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Estudantes fazem vigília nesta manhã de terça-feira (28), na Escola Estadual Thomazia Montoro-03
1 de 1 Estudantes fazem vigília nesta manhã de terça-feira (28), na Escola Estadual Thomazia Montoro-03 - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

São Paulo – Amigos e familiares da professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, morta esfaqueada por um aluno na Escola Estadual Thomazia Montoro, em Vila Sônia, zona oeste de SP, ressaltaram o amor dela pela educação e na crença que o ensino poderia mudar a sociedade para melhor.

Durante velório da educadora, nesta terça-feira (28/3), os colegas e parentes de Bete, como era carinhosamente chamada, se repetiam ao dizer o quanto ela era feliz em sala de aula. “Sem palavras. A Bete era uma professora mãezona. A gente chamava ela de vó. Ela amava o que fazia; já estava aposentada e dizia que estava lá porque amava a educação”, disse Edenize Santana, amiga e professora.

Edenize acredita que apenas a educação pode mudar “uma sociedade doente”: “Acima de tudo, nós precisamos acreditar na educação. Creio que temos problemas, uma sociedade doente, mas temos que acreditar que vão haver mudanças. Existem muitas Betes por aí que acreditam nessa mudança. Nesse momento, o que eu peço é proteção ao professor. Valorizar o professor também é protegê-lo”.

A amiga Maria Luísa Chaves lembrou do último encontro. “Ela passou o Ano-Novo com a gente. Parecia que ela estava se despedindo, estava muito feliz, dançando”, afirmou. E completou fazendo um alerta: “Temos que frisar que isso que estamos passando nas escolas é uma realidade”.

“Que a morte da minha prima sirva como um legado para alguma coisa mudar nesse país. Ela acreditava que a educação mudaria”, ressaltou Rosana Garcia Tenreiro, prima de Elisabeth.

Ex-alunos também exaltaram a alegria da professora em sala de aula e pediram justiçaO corpo da professora é velado no Cemitério do Araçá, na zona oeste da capital, desde às 8h. O sepultamento está previsto para as 12h.

Imagem colorida de pessoas em porta de capela em cemitério de SP
Velório da professora Elisabeth, morta por um aluno em escola de SP

Ataque

A professora estava em frente à mesa onde lecionava, conferindo o celular, quando o aluno de 13 anos a surpreendeu, na manhã dessa segunda (27), usando uma máscara e a golpeou ao menos dez vezes pelas costas.

Segundo pais de estudantes, a professora teria apartado na semana passada uma briga entre o adolescente que a matou e outro estudante, e por isso se tornou alvo do agressor.

Outras quatro pessoas ficaram feridas no ataque. Nenhuma em estado grave.

O aluno agressor foi apreendido, prestou depoimento e está na Fundação Casa aguardando audiência de custódia.

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Ataque ocorreu na escola Escola Estadual Thomazia Montoro
Pais chegam desesperados em escola onde adolescente de 13 anos entrou nesta manhã e esfaqueou quatro pessoas
Polícia Militar na escola onde ocorreu o ataque
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Material apreendido com o aluno após ataque a escola em SP

Divulgação/Polícia Civil de SP
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Ataque ocorreu na escola Escola Estadual Thomazia Montoro

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Pais chegam desesperados em escola onde adolescente de 13 anos entrou nesta manhã e esfaqueou quatro pessoas

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Polícia Militar na escola onde ocorreu o ataque

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Testemunhas contam o terror que viveram

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Maria do Livramento, mãe de aluno

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“Curtia dar aula”

A professora era aposentada do Instituto Adolfo Lutz, mas a passou a dar aulas de ciências na escola estadual alvo do ataque neste ano. “Ela dava aula porque curtia mesmo, já era aposentada”, relatou ao Metrópoles o filho de Elisabeth Tenreiro.

Elisabeth era recém-chegada à Thomazia Montoro. Até o ano passado, ela lecionava na E.E. Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo, no Alto de Pinheiros, também na zona oeste da capital paulista.

Nas redes sociais, a idosa assumiu a postura de avó coruja e divulgava feitos das netas, além de fotos com os filhos e amigos.

No âmbito acadêmico, publicava nas redes conteúdos sobre química e biologia (“essa é boa mesmo”, riu de piada que dizia que “tem muito halogênio se achando gás nobre”). Também gostava de passar recados positivos aos estudantes antes das provas.

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