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Professor da USP é afastado após entregar “prêmio de pior aluna”

Instituição afirma que professor, que já está aposentado, está afastado até averiguação dos fatos; docente afirma que pediu desculpas

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George Campos/USP Imagens
Imagem colorida mostra a Praça do Relógio da Universidade de São Paulo (USP), com os prédios do CRUSP e da Administração Central ao fundo - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra a Praça do Relógio da Universidade de São Paulo (USP), com os prédios do CRUSP e da Administração Central ao fundo - Metrópoles - Foto: George Campos/USP Imagens

São Paulo – O Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (IGc-USP) afastou o professor que entregou o “prêmio de pior aluna” para uma estudante de Geologia. O caso veio à tona esta semana, depois que centros acadêmicos da instituição divulgaram uma nota sobre o episódio.

Segundo o comunicado dos alunos, o professor Joel Sigolo decidiu que premiaria dois estudantes da turma com uma coleção de livros sobre a temática do curso. Ao “pior estudante”, no entanto, o docente prometeu entregar um livro de poesia.

“Nesse sentido, os presentes na sala 105 não só foram surpreendidos com a sórdida premiação do apontado senhor, mas também assistiram bestializados à aluna ser importunada a levantar-se frente à sua turma depois de negar várias vezes”, diz a nota.

A jovem apontada como “pior aluna”, e que teve a identidade preservada pelos colegas, tinha passado por complicações médicas recentemente, segundo os colegas.

“Não podendo comparecer as aulas, inclusive às avaliações, [a aluna] alertou os professores dos institutos em que estudava da sua condição de saúde, por meio de atestados e de recomendações médicas, já que sabia que seu desempenho acadêmico seria comprometido”, disse o comunicado dos alunos, que afirmam repudiar a atitude do professor.

Por meio de nota, o IGc afirmou que recebeu com consternação o texto dos alunos no dia 19 de março. “Os fatos narrados são tristes, desrespeitosos e aviltantes e não coadunam, de maneira alguma, com a filosofia da gestão recém-iniciada”, diz o texto. O instituto afirma que afastou o professor das aulas “até que a situação seja melhor averiguada”.

“Se confirmados os fatos, serão adotadas as sanções cabíveis ao caso à luz do que preconiza a jurisprudência universitária”.

Pedido de desculpas

Ao Metrópoles, o professor Joel Sigolo disse que apresentou um pedido formal de desculpas à aluna, seus colegas e à direção da instituição e afirma que estende o pedido a todos os membros da comunidade USP e sociedade civil.

“Compreendo que minha atitude causou constrangimento, assumo integral responsabilidade e peço desculpas publicamente pelo ato e subsequente efeito não intencional”, diz o professor.

Sigolo disse ainda que entende a posição da instituição de afastá-lo das atividades até a averiguação dos fatos e que o integrará o aprendizado com o caso à sua “prática docente, bem como às minhas relações pessoais e profissionais”.

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