Professor acusado de sequestro enquanto dava aula é solto em São Paulo
Justiça concedeu habeas corpus a professor que foi preso por sequestro em Iguape, no litoral, no momento em que dava aula em São Paulo
atualizado
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São Paulo — O professor Clayton Ferreira Gomes dos Santos, 40 anos, foi solto nesta quinta-feira (18/4) depois de ser preso sob a acusação de sequestrar e roubar uma mulher em Iguape, no litoral paulista. Ele dava aula em São Paulo, a mais de 200 km do local, no momento do crime, segundo apontou sua defesa e a escola onde leciona.
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) concedeu o habeas corpus ao professor nessa quarta (17/4). O desembargador Roberto Porto atendeu o pedido da defesa e criticou a polícia por ter pedido a prisão temporária do professor baseando-se somente no reconhecimento fotográfico dele. “Muito embora seja cediço que tal elemento indiciário é admitido como lícito e, por vezes, constitui ferramenta útil ao trabalho policial inicial, as pertinentes alegações trazidas pelos impetrantes têm o condão de infirmá-lo”, disse.
Na decisão, Porto afirmou que indícios de autoria do crime estavam enfraquecidos “pela hipótese plausível de o paciente estar trabalhando no momento do crime”.
A Escola Estadual Deputado Rubens do Amaral, onde o professor dava aulas de Educação Física, enviou às autoridades policiais uma declaração da carga horária e as folhas de ponto. O Metrópoles teve acesso ao documento (veja abaixo). No período entre outubro e novembro de 2023, Clayton assinala a presença em todos os dias letivos.
Em entrevista à Agência Brasil nesta quinta, o professor disse que tentou explicar que não tinha qualquer envolvimento com o crime. “Eu achei que explicando tudo o que expliquei à polícia, que nunca estive lá, não conheço a pessoa, não conheço a região, não sei onde fica, eles iam me soltar na hora. E nunca achei que ia ter que ficar preso por três noites e dois dias. Foi muito difícil, mas, graças a Deus, tinha pessoas ali que me ajudaram muito a ficar forte, a não deixar o psicológico abalado”, afirmou.