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Procuradores de SP criticam proposta de revisão das câmeras da PM

Membros do MP afirmam que revisão da medida pode ser entendida como uma “licença para matar”; secretário afirmou que pretende rever o modelo

atualizado

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A resistência às abordagens policiais também foi 32,7% menor nos batalhões que têm câmeras corporais
1 de 1 A resistência às abordagens policiais também foi 32,7% menor nos batalhões que têm câmeras corporais - Foto: Reprodução

São Paulo – Procuradores de Justiça do Ministério Público de São Paulo (MPSP) criticaram a proposta defendida pelo novo secretário da Segurança Pùblica, Guilherme Derrite, de revisar o programa de câmeras corporais na Polícia Militar.

Em documento elaborado no dia 14 de dezembro pelo Colégio de Procuradores, assinado por dois ex-procuradores e dois membros atuais do MPSP, os juristas afirmam que a suspensão ou reitrada dos equipamentos pode ser entendida, por um setor minoritario da PM, como uma “licença para matar”.

A declaração foi endossada por outros treze procuradores nesta quinta-feira (5/1), um dia após o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, afirmar que pretende rever a medida, apontada como uma das responsáveis pela queda na letalidade policial no estado.

Em entrevista à rádio Cruzeiro, de Sorocaba, no interior paulista, o secretário disse ter encomendado um estudo sobre a efetividade do programa, batizado de Olho Vivo, ao Comando-Geral da PM.

“Nós vamos rever o programa. O que existe de bom vai permanecer e o que não está sendo bom, e que pode ser cientificamente comprovado, a gente vai propor ao governador (Tarcísio de Freitas) possíveis alterações”, afirmou Derrite, que é capitão da reserva da PM e deputado federal licenciado pelo PL.

No início de dezembro, antes da posse, Tarcísio de Freitas havia recuado da promessa feita na campanha, de retirar as câmeras corporaris, e disse que iria “manter” o programa implementado pela PM no governo do PSDB.

Na manifestação, os procuradores destacam a diminuição da letalidade policial em unidades onde as câmeras foram adotadas.

“Deve ser assinalado que a supressão das câmeras ou mesmo a diminuição do programa, poderá ser entendido por setor minoritário da polícia como verdadeira licença para matar, pois não parece ser simples coincidência a diminuição da letalidade policial em unidades onde as câmeras foram adotadas, propiciando ao alto escalão da corporação maior controle do que ocorre no policiamento”, diz o texto assinado pelos procuradores.

Pesquisa apresentada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) apontou que, após a implementação do programa Olho Vivo, houve redução de 57% no número de mortes e 63% nas lesões decorrentes de intervenção policial nos batalhões onde as câmeras são utilizadas.

O que diz a secretaria

Em nota enviada ao Metrópoles, na noite desta quinta-feira, a Secretaria da Segurança Pública afirmou que “avalia os resultados do estudo da Fundação Getúlio Vargas sobre o uso de câmeras por policiais militares no sentido de aprimorar o programa “Olho Vivo” em benefício da segurança de todos os paulistas”.

Ainda segundo a pasta, “toda e qualquer política pública é passível de melhoria” e “a prioridade da atual gestão é intensificar o uso da tecnologia para fortalecer o combate ao crime e a proteção das pessoas”.

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