Privatização do Metrô deve bancar nova linha bilionária na Faria Lima
Projeções do governo Tarcísio de Freitas é que nova linha de metrô na Faria Lima pode chegar a R$ 40 bilhões e equipe busca recursos
atualizado
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São Paulo — O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) definiu como prioridade do plano de expansão da rede de transporte sobre trilhos de São Paulo viabilizar a construção da Linha 20-Rosa do Metrô, que sai da zona oeste da capital, passa pela Avenida Faria Lima, principal centro financeiro do país, e vai até o ABC paulista, em um trajeto de 30 quilômetros e 24 estações.
Um dos auxiliares do governador, ouvido pelo Metrópoles nesta semana, afirmou que a meta é que o projeto desta linha esteja viabilizado até o começo de 2026, ano em que Tarcísio deverá disputar um novo mandato, seja a reeleição a governador, seja a Presidência da República. O problema é que essa obra está estimada em R$ 40 bilhões, valor que o governo não tem condições de bancar e que afugenta investidores nacionais e estrangeiros.
Por isso, a equipe de Tarcísio atrelou os estudos para a privatização do Metrô, em andamento desde agosto, à construção da nova linha para expandir a malha metroviária na Grande São Paulo. A possibilidade de privatização da operação das linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata só será definida caso se encaixe na equação financeira para realizar o novo ramo.
Atualmente, o governo toca duas obras de ampliação da rede. A primeira delas é a Linha 6-Laranja, que ligará a região central à zona norte da capital, passando pelo eixo das universidades na zona oeste. Ela é executada por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP) com a empresa espanhola Acciona, que vai operar o ramal depois de pronto. A segunda é a extensão da Linha 2-Verde (Vila Madalena-Vila Prudente) até o bairro da Penha, na zona leste, que está sendo feita diretamente pelo governo do Estado.
Ambas, porém, foram iniciadas por governos anteriores. Tarcísio quer deixar sua própria marca no projeto de expansão e, além da Linha 20-Rosa, também pretende viabilizar o projeto de construção da Linha 19-Celeste, que sairá de Guarulhos e chegará ao centro da capital, em um percurso estimado em 16 quilômetros e 15 estações.
No começo do mandato, a expectativa dos técnicos do governo era que só a Linha 20-Rosa pudesse custar R$ 25 bilhões. Entretanto, devido a uma série de fatores econômicos, as avaliações mais recentes são de que cada quilômetro de túnel escavado sairá por cerca de R$ 1,5 bilhão.
Por isso, a “encomenda” feita pela Secretaria de Parcerias em Investimentos, pasta responsável por viabilizar essas obras, à Internacional Finance Corporation (IFC), consultoria ligada ao Banco Mundial, é encontrar uma maneira de financiar essas obras por meio da privatização do Metrô, que tem sido alvo de protestos e motivo de greve dos metroviários.
O que os técnicos esperam do IFC é que a consultoria seja capaz de apresentar uma solução que envolva a participação tanto do Estado quanto do capital privado para alavancar os recursos necessários, o que inclui fontes de financiamento e fontes de rendas acessórias para a operação. A empresa, que foi contratada por R$ 62 milhões, tem até agosto de 2025 para apresentar o modelo de privatização.