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MPSP denuncia 10 diretores da Prevent Senior por mortes na pandemia

Segundo o MPSP, 7 mortes foram provocadas por tratamento sem eficácia comprovada contra Covid feito pela Prevent Senior a durante pandemia

atualizado

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Fábio Vieira/Metrópoles
Prevent Senior SP
1 de 1 Prevent Senior SP - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

São Paulo — O Ministério Público de São Paulo (MPSP) denunciou dez diretores da Prevent Senior por homicídio culposo envolvendo sete mortes de pacientes que teriam sido decorrentes de tratamento sem eficácia feito durante a pandemia de Covid-19.

Entre os denunciados, estão os donos da empresa, Fernando e Eduardo Parrillo. Também está na lista o médico Rodrigo Esper, responsável pelo estudo da Prevent Sênior sobre o uso da cloroquina para tratar Covid-19. O diretor Pedro Batista também é um dos denunciados.

Segundo o MPSP, 13 funcionários da Prevent, entre diretores e médicos, foram denunciados pelo crime de perigo, porque pacientes teriam sido colocados em risco por causa do tratamento.

Ao todo, os promotores analisaram 130 prontuários médicos de pacientes que foram tratados com o chamado kit Covid, composto de hidroxicloroquina, ivermectina, vitaminas e prednisona, que não teve eficácia comprovada, de acordo com estudos clínicos.

Oito médicos fizeram acordos de não persecução penal com o MPSP e não foram denunciados. Segundo os promotores, as denúncias por homicídio culposo se concentram sobre diretores porque os médicos eram pressionados pela cúpula da operadora de saúde a prescrever os remédios sem eficácia aos pacientes.

“O que nós estamos imputando é que foram feitos experimentos com medicamento não adequado e que, devido à comorbidade que o paciente já tinha, o história do paciente, esse tratamento acabou contribuindo para a morte”, disse o promotor Everton Luiz Zanella.

Segundo o o procurador-geral de Justiça, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, chefe do MPSP, não é possível responsabilizar a operadora de saúde pelos crimes. “O resultado desse trabalho diz respeito a pessoas, não ao plano Prevent Senior, a empresa Prevent Senior, que mantém a sua higidez”, disse.

Em nota, a Prevent Senior afirmou que “sempre respeitou e colaborou com os promotores, mas reitera que seus médicos, funcionários e sócios sempre agiram para atender da melhor forma pacientes e beneficiários”. A operadora disse ainda que os denunciados “jamais cometeram crimes, o que ficará comprovado no âmbito judicial no exercício do contraditório”.

Caso Prevent Senior

O inquérito para apurar supostos crimes contra a vida na Prevent Senior foi aberto em 2021 e alimentado por depoimentos de vítimas identificadas pela CPI da Covid no Senado. Durante a CPI, foi criado até um canal de denúncias para familiares de vítimas do chamado “tratamento precoce”.

Segundo as denúncias, a maioria das “cobaias” da Prevent Senior consistia em pacientes idosos, muitas vezes bastante fragilizados pela Covid-19 e pela agressividade com que o primeiro procedimento do kit agia no organismo.

Médicos ouvidos pela CPI contaram que pacientes que não se curassem da primeira vez com o kit Covid, composto de hidroxicloroquina, ivermectina, vitaminas e prednisona, era submetido a mais dois combos, todos sem eficácia de acordo com estudos clínicos.

O Brasil registrou mais de 700 mil mortes por Covid-19, sendo o segundo país com mais óbitos no mundo — o número só é menor que o dos Estados Unidos, onde 1,1 milhão de pessoas perderam a vida.

Termo de ajustamento de conduta

Em outubro de 2021, o MPSP firmou um termo de ajustamento de conduta com a Prevent Senior em que a empresa se comprometeu a não enviar ou distribuir kit covid, não realizar tratamentos experimentais sem autorização da Anvisa e da Conep e a atualizar protocolos internos a diretrizes da Sociedade Brasileira de Infectologia.

A empresa ainda admitiu que inexistem pesquisas científicas que comprovem a eficácia da cloroquina e dos medicamentos que compõem o kit Covid.

No ano passado, um novo termo de ajustamento de conduta foi proposto pelo MPSP, Ministério Públicos Federal (MPF) e Ministério Público do Trabalho (MPT), prevendo um pagamento de R$ 940 milhões. A operadora se recusou a assinar, considerando o valor absurdo, o que levou os procuradores apresentarem uma ação civil pública em fevereiro deste ano.

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