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Presos por trocar etiquetas de malas para o PCC são pobres

Esquema milionário custeado pela facção criminosa PCC é investigado pela Polícia Federal no maior aeroporto internacional do Brasil

atualizado

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Fábio Vieira/Metrópoles
Movimentação de viajantes vindos do exterior no desembarque no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos
1 de 1 Movimentação de viajantes vindos do exterior no desembarque no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

São Paulo – Os seis homens e duas mulheres presos pela Polícia Federal sob suspeita de integrarem um esquema criminoso de troca de bagagens para o envio de cocaína para a Europa são jovens, ganham mal e moram na periferia de Guarulhos, na Grande São Paulo.

O Metrópoles conseguiu identificar os presos e apurou a situação financeira e social deles. Procurados, os advogados de todos eles não foram encontrados ou não deram retorno até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.

Funcionários da área restrita do maior aeroporto internacional do Brasil, em Guarulhos, eles recebiam do Primeiro Comando da Capital (PCC) uma média de R$ 30 mil por cada bagagem recheada com cocaína despachada para a Europa. Isso equivale a mais de um ano de salário deles.

Os valores foram apurados pela Polícia Federal em investigação sobre o esquema de cooptação de profissionais terceirizados do aeroporto pela facção criminosa.

Em uma operação deflagrada no último dia 4, policiais federais prenderam no aeroporto da região metropolitana Anderson Augusto Nascimento, 24 anos, Eduardo Barbosa dos Santos, 30, Gustavo Evaristo de Souza, 22, Pablo Thomas de Oliveira Franca, 23, Pedro Henrique Silva Venâncio, 21, Gabriel do Nascimento Silva Sousa, 25, Carolina Henela Pennacchiotti, 35, e Tamiris Macedo da Silva Zacharias, 31.

Todos foram indiciados, até o momento,  por tráfico internacional de drogas e por associação ao tráfico, segundo a PF.

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(da esq para dir) A advogada Luna Provázio, Jeanne Paollini e Kátyna Baía - Arquivo Pessoal
Jeanne Paollini durante voo de volta ao Brasil - Arquivo Pessoal
Kátyna Baía em voo de retorno ao Brasil - Arquivo Pessoal
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Brasileiras presas injustamente brindam com cerveja após serem soltas na Alemanha

Reprodução/ Redes Sociais
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(da esq para dir) A advogada Luna Provázio, Jeanne Paollini e Kátyna Baía - Arquivo Pessoal

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Jeanne Paollini durante voo de volta ao Brasil - Arquivo Pessoal

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Kátyna Baía em voo de retorno ao Brasil - Arquivo Pessoal

 

A reportagem apurou que a renda mensal média deles oscila entre R$ 1.500 e R$ 2.000. Com a exceção de Carolina, que consta com endereço na zona norte da capital paulista, todos os outros detidos moram em bairros guarulhenses periféricos e de baixa renda.

Ainda foi apurado que Pablo Thomas tem registrado em seu nome uma hamburgueria no bairro Jardim Santa Rita. Carolina Henela também tem um CNPJ de uma loja de roupas no bairro Parque Cecap.

Repercussão

O esquema ganhou repercussão quando veio à tona – no primeiro fim de semana do mês – o caso de duas passageiras de Goiânia (GO) que tiveram as bagagens trocadas por malas com cocaína e foram presas por tráfico internacional de drogas em Frankfurt, na Alemanha, em 5 de março.

As malas de Jeanne Cristina Paolini Pinho e Kátyna Baía foram despachadas no Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, mas as etiquetas das bagagens foram trocadas no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Cada uma tinha cerca de 20 quilos de cocaína. As bagagens originais das passageiras ainda não foram encontradas.

Depois que a PF mostrou que elas foram vítimas do esquema criminoso dentro do aeroporto internacional, as brasileiras foram soltas da prisão alemã, na terça-feira (11/4). Os oito  funcionários suspeitos de participarem da quadrilha aparecem em imagens do circuito interno, trocando as etiquetas das malas ou dando cobertura à prática.

As mulheres presas injustamente na Alemanha desembarcaram na manhã de sexta-feira (14/4), em Guarulhos, de onde rumaram para Goiânia.

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