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Preso por tráfico humano queria “adoção à brasileira”, diz defesa

Defesa de acusado alega que ele estava ajudando uma amiga a realizar a adoção do menino Nicolas, de 2 anos, levado da mãe em Santa Catarina

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Nicolas Areias Gaspar
1 de 1 Nicolas Areias Gaspar - Foto: Reprodução

São Paulo – As advogadas de Marcelo Valverde Valezi, preso em flagrante na última segunda-feira (8/5) por tráfico de pessoa, afirmam que ele estava ajudando uma amiga a realizar uma “adoção à brasileira”.

Marcelo e Roberta Porfirio de Sousa Santos foram encontrados no bairro do Tatuapé, na zona leste de São Paulo, com o menino Nicolas Areias Gaspar, de 2 anos. A criança havia desaparecido em Santa Catarina no último dia 30.

A família de Nicolas diz suspeitar que ele tenha sido vítima de uma quadrilha e que a mãe do menino, Nathalia Areias Gaspar, tenha sido “aliciada” pelo WhatsApp.

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Laryssa Nartis e Katharine Grimza, que representam Marcelo na Justiça, afirmam ao Metrópoles que ele e Roberta são amigos e se conheceram em um curso de adoção da Universidade Cruzeiro do Sul. Segundo a defesa, os dois estavam se preparando para adotar uma criança.

Marcelo, de acordo com as advogadas, teria sido o responsável por intermediar o contato entre Roberta e a mãe de Nicolas.

A defesa afirma que Marcelo conheceu Nathalia há cerca de dois anos, pela internet, em um grupo voltado para casais que querem adotar crianças.

“Eles se conhecem faz dois anos já, em um grupo em que existem casais que querem adotar crianças e não têm condições de ter filho por algum motivo, e mães que querem doar suas crianças porque não têm interesse em cuidá-las”, diz Laryssa.

A própria Nathalia teria pedido que o filho fosse adotado. A defesa de Marcelo afirma que, em um primeiro momento, há dois anos, ele teria combinado com a mãe de Nicolas que ele ficaria com o menino. Marcelo, no entanto, teria desistido na época.

As advogadas afirmam que, após dois anos sem contato, Nathalia teria voltado a pedir que Marcelo ficasse com seu filho e o homem teria, então, decidido oferecer a criança a Roberta.

“Não teve nenhum dinheiro envolvido nisso, não foi uma compra. Foi uma ajuda”, diz Laryssa. “O Marcelo quis ajudar a Nathalia. Ele pensou no bem da criança, e agora está respondendo por tráfico de pessoas sendo que a própria Nathalia quis doar a criança”.

Segundo as advogadas, Nathalia dizia temer que algo de ruim acontecesse com a criança devido ao processo de depressão pós-parto que ela enfrentava.

A esposa de Marcelo e o marido de Roberta também são investigados pela Polícia Civil.

“Adoção à brasileira”

A defesa de Marcelo afirma que o grupo do Facebook que reúne famílias que querem adotar e mães que querem “doar” crianças não é método alternativo para adoção. A ideia do grupo é que as mães entreguem os filhos e só depois as novas famílias consigam aval da Justiça para a regularização da guarda.

“Na realidade, depois que é feita a entrega, dá para entrar com um pedido judicialmente pela guarda e fazer a adoção por meios legais”, diz Laryssa. “Esses grupos são mais comuns do que a gente imagina. Fazendo uma pesquisa rápida, você encontra vários”.

A defesa de Marcelo diz ter provas de que Nathalia entregou o filho voluntariamente e de que não houve qualquer pagamento envolvido. Segundo as advogadas, conversas de WhatsApp entre ele e a mãe do menino mostram que ele só tentou ajudar.

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