Preso em cela individual Brennand reclama de extradição: “Tô podre”
Thiago Brennand, 43 anos, é acusado de estupro, ameaça, tortura e cárcere privado; de volta ao Brasil, ele está preso na capital paulista
atualizado
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São Paulo – Acusado de estupro, ameaça, tortura e cárcere privado, o empresário Thiago Brennand, 43 anos, reclamou da própria situação após ser extraditado dos Emirados Árabes e chegar ao Brasil na noite de sábado (29/4).
“Estou podre (…). Eu estou literalmente há dois dias com a mesma roupa”, disse Brennand, em conversa com um interlocutor não informado, divulgada pelo programa Fantástico, da TV Globo.
Antes da extradição, Brennand estava preso em Abu Dhabi e foi entregue pelas forças de segurança locais à Polícia Federal (PF) brasileira no Aeroporto de Dubai. O voo fez escala em Paris e chegou mais de uma hora atrasado ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
Apesar da forte escolta, Brennand veio sem algemas, sentou nos fundos do avião e só teve as mãos presas após desembarcar no Brasil. Ele tentou esconder as algemas colocando um casaco vermelho por cima. Também usava boné e máscara preta, por orientação da PF.
Cela individual em cadeia superlotada
Brennand dormiu na carceragem da PF, onde recebeu a visita do filho de 17 anos, e passou depois por audiência de custódia.
Neste domingo (30/4), o empresário foi levado para o Centro de Detenção Provisória (CDP) 1 de Pinheiros, na zona oeste da capital paulista, onde vai ficar pelo menos dez dias sozinho em uma cela.
Com 521 vagas, a unidade está superlotada e abriga atualmente 782 presos, de acordo com relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Essa cadeia é destinada a presos provisórios acusados de crimes sexuais.
Representante das vítimas de Brennand, o advogado Márcio Janjacomo comemorou a extradição do réu. “A prisão dele significa que o Brasil tem instituições fortes”, disse.
O advogado disse, ainda, ter conversado com as vítimas nas últimas horas. “Todas estão encorajadas a ficar de frente a Thiago Brennand e ratificar todas as acusações”.