Preso após “voadora” é xingado e chora em reconstituição: “Assassino”
Tiago Gomes de Souza chorou diante de corpo caído no solo, simulando aposentado Cesar Fine Torresi, de 77 anos, que morreu no último dia 8
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo — O homem preso por matar o aposentado Cesar Fine Torresi, de 77 anos, com uma “voadora”, participou da reconstituição do crime feita pela Polícia Civil nessa quinta-feira (13/6). No local, Tiago Gomes de Souza, de 39 anos, começou a chorar enquanto explicava à equipe de investigação como ocorreu a agressão.
Dezenas de pessoas ficaram reunidas ao redor de onde ocorria a reconstituição, ao lado do Shopping Praiamar, um dos mais movimentados da cidade. A multidão chamava Tiago de “assassino” e “mentiroso”.
Imagens feitas por testemunhas da reconstituição mostram o suspeito diante do corpo de um homem caído no chão, simulando Cesar Fine Torresi. É possível ver Tiago levando as mãos à cabeça, em um gesto de desespero, e erguendo os braços na direção da multidão, como se estivesse pedindo desculpas.
Assista:
Cesar Fine Torresi levou a “voadora” na frente do neto, bateu a cabeça no chão e sofreu traumatismo craniano em Santos, no litoral paulista, no sábado (8/6). Ele morreu após ser encaminhado para atendimento médico.
Tiago foi detido em flagrante e teve a prisão preventiva decretada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). Na delegacia, o suspeito optou por permanecer em silêncio.
Segundo o boletim de ocorrência, o acusado vinha em alta velocidade e teve que frear bruscamente, na Rua Pirajá da Silva, na lateral de um shopping, porque Cesar e o neto de 11 anos estavam atravessando a via.
Já a criança relatou ao pai que ela e o avô tinham começado a atravessar a rua no momento em que o trânsito estava parado e com semáforo fechado. Após o suspeito avançar com o carro sobre as vítimas, Cesar teria se apoiado no capô do carro.
De acordo com testemunhas, Tiago ficou irritado, desceu do veículo e deu uma “voadora” no peito da vítima, que já caiu desacordada. Cesar foi socorrido na UPA Zona Leste, sofreu três paradas cardíacas e teve a morte constatada.
Investigação
Apesar de não relatar qual foi a dinâmica dos fatos na sua versão, a defesa do suspeito contesta as informações do boletim de ocorrência. O advogado pediu a inclusão de imagens de câmeras de segurança no inquérito.
Na delegacia, a ocorrência foi registrada como “lesão corporal seguida de morte”, cuja pena prevista é de 4 a 12 anos de prisão.
Já o Ministério Público de São Paulo (MPSP) discordou da avaliação e pediu que o caso fosse considerado como “homicídio doloso qualificado”, crime punido com até 30 anos de cadeia.