Presidente da Enel diz que discute nova taxa para enterrar fios em SP
Segundo Max Xavier Lins, a ideia não é nova e está em discussão há pelo menos um ano; prefeito Ricardo Nunes afirma que não vai criar taxa
atualizado
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São Paulo – O presidente da Enel, Max Xavier Lins, afirmou, na tarde desta terça-feira (7/11), que discute com a Prefeitura de São Paulo a criação de uma taxa para enterrar cabos e fios de eletricidade na capital paulista.
Segundo ele, a ideia não é nova e já está em discussão há pelo menos um ano. Em entrevista à Globonews, Xavier afirma que o assunto começou a ser abordado em outubro de 2022 durante reunião com o prefeito Ricardo Nunes (MDB).
“Nós sentamos em outubro do ano passado com o prefeito Ricardo Nunes para discutir algumas alternativas. Em alguns casos a solução do enterramento pode e deve ser analisada. A pergunta é: como financiar isso? Haja vista que o enterramento de 1 km de rede elétrica custa de 8 a 10 vezes mais do que uma rede aérea”, disse o presidente da Enel.
Em nota divulgada nesta terça-feira (7/11), Ricardo Nunes garantiu que não há possibilidade de criar uma taxa à população para o enterramento dos cabos e fios.
O prefeito de São Paulo disse que foi mal interpretado em entrevista coletiva na noite de segunda, quando sugeriu a cobrança de uma taxa opcional de moradores com condições financeiras de pagar para acelerar o enterramento de fios da rede elétrica em alguns quarteirões da cidade em parceria com a Prefeitura.
No texto, o prefeito disse que a administração municipal está disposta a ajudar quem queira investir no aterramento. “Não farei nenhum tipo de cobrança para a população na cidade de São Paulo. Pelo contrário, se alguém quiser enterrar os fios, a Prefeitura está disposta a pagar metade justamente para evitar que árvores caiam sobre a cidade. Meu compromisso sempre foi desonerar o paulistano, assim como fizemos quando não aumentamos a tarifa do transporte público ou demos isenção de IPTU na região central, por exemplo”.
O aterramento é uma das apostas, de acordo com especialistas, para evitar apagões em dia de tempestades. Segundo a Prefeitura de São Paulo, o programa São Paulo Sem Fios já conta com 60 quilômetros com a fiação 100% subterrânea.
O programa de aterramento de fios de energia e telecomunicações diminui ocorrências que podem causar queda de árvores ou outros incidentes. A Prefeitura de São Paulo prevê a utilização de recursos do Fundo Municipal de Iluminação, por meio da contribuição de custeio da iluminação pública (COSIP), para ajudar no programa de expansão do aterramento de fios, numa ação compartilhada com as concessionárias.
Na coletiva de segunda, Nunes explicou que, desde o ano passado, a Prefeitura e a concessionária Enel estão “desenvolvendo um plano para apresentar para a sociedade para alguns casos aonde o contribuinte, o morador, o munícipe pode aceitar pagar uma taxa de contribuição”.
O prefeito afirmou que o tema é “complexo” e caro, já que o custo do enterramento de toda a fiação da cidade é estimado em R$ 20 bilhões. Atualmente, a Prefeitura acumula valor recorde de R$ 36 bilhões em caixa.
O prefeito disse que pretende entregar, até o fim do próximo ano, 83 km de aterramento de fios na cidade – até o momento, segundo Nunes, a quantidade entregue pela sua gestão foi de 60 km. Ele disse que precisa do auxílio das empresas de telecomunicação para poder enterrar a fiação.