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Presidente da Câmara de Votorantim é afastado após denúncia de estupro

O vereador Thiago Schiming foi afastado por 60 dias por quebra de decoro na investigação de estupro contra a prefeita de Votorantim

atualizado

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Imagem colorida mostra o vereador de Votorantim Thiago Schiming, vestindo um terno preto, camisa branca e gravata azul, discursando na Câmara Municipal - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra o vereador de Votorantim Thiago Schiming, vestindo um terno preto, camisa branca e gravata azul, discursando na Câmara Municipal - Metrópoles - Foto: Divulgação/Câmara de Votorantim

São Paulo – A Comissão Permanente de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara de Votorantim, no interior de São Paulo, decidiu pelo afastamento do presidente da Casa, Thiago Schiming (PSDB).

O vereador é investigado por quebra de decoro na apuração do caso de estupro contra a prefeita da cidade, Fabíola Alves.

Segundo o relatório final, Thiago Schiming teria infringido diversos pontos do Código de Ética e, por isso, a comissão recomendou o afastamento do parlamentar, com suspensão proporcional do salário.

O documento apresentado pelo relator, Rogério Lima (Progressistas), recebeu cinco votos favoráveis, dos vereadores Zelão (PT), Pastor Lilo (União Brasil), Ita (Cidadania), Rogério Lima e Robson Vasco (PSDB).

Apenas Mauro dos Materiais (PTB) e Cirineu Barbosa (PMN) votaram contra. Luciano Silva (Podemos) não compareceu à sessão.

O período de afastamento é de 60 dias, válidos a partir desta quarta-feira (3/4), e a cadeira será assumida pelo vice-presidente Cirineu Barbosa.

Em dezembro do ano passado, a mesma Comissão de Ética e Decoro da Câmara de Votorantim já havia decido pelo afastamento de Thiago Schiming da função de presidente do Legislativo. A situação, entretanto, foi revertida na Justiça.

O caso

Fabíola Alves (PSDB), prefeita de Votorantim, registrou um boletim de ocorrência na 4ª Delegacia da Defesa da Mulher da cidade no dia 7/12 para denunciar o presidente da Câmara dos Vereadores, Thiago Schiming (PSDB), por estupro.

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Thiago Schiming
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Prefeita de Votorantim

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Thiago Schiming

Divulgação/Câmara de Votorantim

A prefeita afirmou que, em 12 de junho, data em que ela e o presidente da Câmara fazem aniversário, Schiming tentou beijá-la à força três vezes.

Segundo o relato, o presidente da Câmara esteve no gabinete dela na hora do almoço para parabenizá-la. No momento, segundo ela, Schiming estava acompanhado dos vereadores Cirineu Barbosa (PMN) e Cesar Silva (Cidadania). Eles teriam entregado à prefeita um cartão com uma caixa de chocolates.

Ela diz que, após a entrega dos presentes, os três parlamentares saíram do gabinete. Schiming, no entanto, teria voltado na sequência sozinho. Ele teria encostado a porta e começado a investir contra a prefeita.

“Eu já fiquei próximo da porta, não quis sentar e ficar à vontade com ele. Eu estava já nervosa. Ele começou a pegar na minha mão, falar que eu era muito importante para ele e a chegar perto. Eu falei que, para mim, ele era um amigo muito especial”, disse.

“Daí fui me despedir, ele tentou me beijar e eu virei o rosto. Depois da terceira tentativa, ele começou a pegar no meu queixo, encostar o corpo e forçar para me beijar realmente. Eu consegui soltar e apertar um botão da minha porta. Ele soltou, falou ‘calma’ e saiu bem nervoso”, completou.

Bloqueio nas redes

Segundo a prefeita, logo após o ocorrido, Schiming enviou uma mensagem de WhatsApp com uma foto que eles haviam tirado juntos e pedindo perdão pelo ocorrido. Ela conta que bloqueou o parlamentar no celular e nas redes sociais.

“É muito difícil trabalhar assim. Eu estou com um monte de projeto parado na Câmara e eu não consigo ter diálogo. Tem evento que eu não posso participar porque… Como que eu vou ficar do lado de uma pessoa que aconteceu uma coisa dessa? Fica difícil o trabalho nesse sentido. Não é fácil externar isso”, afirmou.

Fabíola disse que só decidiu denunciar o caso seis meses depois do ocorrido porque antes enfrentava um processo de cassação na Câmara.

A prefeita foi investigada por uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) por supostas irregularidades no aumento do próprio salário e no salário dos secretários municipais. Em 10 de outubro, ela conseguiu uma liminar para suspender a sessão que podia suspender seu mandato.

“Primeiro que não é fácil essa exposição. Eu faço isso também em nome das mulheres. Segundo que eu estava no meio de um processo de cassação e, se eu externasse algo nesse sentido, ia parecer que eu estava fazendo para desviar alguma atenção de alguma coisa. Eu queria que esse processo fosse arquivado. Eu queria provar que eu era inocente naquele processo para eu poder, então, ficar livre para realmente denunciar tudo o que eu senti naquele momento”, disse.

À reportagem, Thiago Schiming negou as acusações e disse que nunca fez investidas contra a prefeita.

“Vejo isso como um grande absurdo, essa denúncia. Sem cabimento nenhum. Eu e a prefeita sempre tivemos amizade. A prefeita é uma amiga de infância, é madrinha de meu casamento. A gente teve sempre uma amizade muito próxima”, diz.

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