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Prejuízo ao PCC: Portugal apreendeu R$ 628 mi em cocaína brasileira

Forças de segurança de Portugal trabalham em conjunto com Polícia Federal para combater o tráfico internacional de drogas na Europa

atualizado

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foto colorida de pinos de cocaina
1 de 1 foto colorida de pinos de cocaina - Foto: Reprodução/PCRS

São Paulo — A polícia de Portugal promoveu um prejuízo de R$ 628 milhões a traficantes brasileiros que tentaram enviar cocaína ao país europeu, considerado uma das principais portas de entrada de drogas da Europa, somente no ano passado.

Dados oficiais da polícia portuguesa mostram que foram apreendidos, tanto em bagagens enviadas nos aviões como em containers transportados por via marítima, 3.772 quilos de cocaína que saíram do Brasil, a maior parte no esquema de tráfico internacional do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Como o Metrópoles mostrou no início da semana, a facção criminosa paulista está na mira das forças de segurança portuguesas, que já identificaram um esquema de aliciamento de funcionários nos aeroportos locais para facilitar a entrada da droga, a exemplo do que ocorre no Brasil para os despachos ilícitos.

Dados da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes da Polícia Judiciária de Portugal (Uncte) mostram que, ainda em 2022, os envios por via aérea de cocaína, de países da América Latina, somaram 1.916 quilos.

O grosso do entorpecente, segundo o levantamento, segue por via marítima, pela qual traficantes latino-americanos tentaram enviar, sem sucesso, ainda no ano passado, 14,5 toneladas para o outro lado do Atlântico.

O Brasil figura sempre entre os três países com o maior número de cocaína apreendida em solo português, entre 2012 e 2022.

“A Europa está sendo inundada de cocaína da América Latina. Na Europa, (a droga) tem um valor elevado, então, é um mercado que é atrativo para os traficantes, que fazem muito dinheiro. E, de fato, ela chega muito por via aérea”, afirmou Artur Vaz, diretor da Uncte, em entrevista exclusiva ao Metrópoles, publicada na última terça-feira (25/4).

Diretor da Polícia Judiciária de Portugal, Artur Vaz

No relatório anual da instituição de segurança de Portugal consta que o grama da cocaína, no ano passado, era comercializada por 30 euros (R$ 166).

O diretor Artur Vaz afirmou ainda que tem trabalhado em cooperação com a Polícia Federal (PF) brasileira para combater o intercâmbio criminoso mantido pela facção paulista com traficantes de drogas europeus.

Ano recordista de apreensões

Em 2022, Portugal fez um número recorde de apreensões de cocaína dos últimos dez anos, incluindo as que saíram de outros países latino-americanos.

O total da droga barrada em terras lusitanas foi de 16.533 quilos, representando uma alta de 66,7% em relação aos 9.916 do ano anterior. Comparando com as 4 toneladas apreendidos em 2012, houve uma alta de 312%, em uma década.

As apreensões feitas por via aérea, de cocaína remetida da América Latina, também aumentaram entre 2012 e 2022. Foram, respectivamente, 576 e 1.916 quilos, um crescimento de 232%.

O entorpecente encaminhado do território brasileiro e apreendido no português saltou de 1.148 quilos, em 2012, para 3.772 no ano passado, representando alta de 228%.

Intercâmbio

Como o Metrópoles mostrou no último fim de semana, há pelo menos oito anos o PCC opera um esquema de envio de drogas para a Europa em bagagens despachadas no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na Grande São Paulo.

A facção paga o equivalente a um ano de salário para funcionários da área restrita do aeroporto trocarem malas de passageiros pelas bagagens com cocaína, driblando a fiscalização.

Quando as bagagens com drogas chegam até Portugal, os funcionários corrompidos já sabem quais malas devem procurar. Para isso, recebem fotos das bagagens, enviadas por mensagens de celular.

Eles procuram se antecipar aos profissionais que não foram aliciados, de acordo com a polícia europeia, retirando as malas das aeronaves, levando-as para “um local seguro”, longe da fiscalização, e retirando-as do aeroporto.

“Isso é muito difícil de controlar. Porque essas pessoas conhecem o aeroporto como a palma de suas mãos. E o trabalho da polícia é sempre muito difícil, mesmo com vigilância com câmeras. Apesar disso, estamos junto com a Polícia Federal do Brasil e prendemos bastante gente envolvida nessas situações”, afirmou o diretor da polícia portuguesa.

Com a droga fora do aeroporto, já nas mãos dos criminosos, o pagamento pelo serviço é feito. A polícia portuguesa identificou que os aliciadores podem ser membros do PCC, ou ainda pessoas que mantêm contatos comerciais ilícitos com a facção paulista.

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