“Prefiro saber que não machucaram minha filha”, diz mãe de ex-modelo morta
Mãe de jovem morta em SP disse que se sentiu aliviada após saber que polícia descartou possibilidade de alguém ter entrado no apartamento
atualizado
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São Paulo – “Prefiro saber que ninguém entrou no apartamento. Porque não mexeram nela, não machucaram minha filha.” Com essas palavras, Valéria Alves Brito, de 46 anos, recebeu a notícia de que a polícia descartou a possibilidade de alguém ter entrado no apartamento da filha dela, a ex-modelo Dalliene de Cássia Brito Pereira, como foi revelado pelo Metrópoles.
A jovem de 21 anos foi encontrada morta, nua e com um travesseiro sobre o rosto, deitada em sua cama, no 9º andar do edifício em que morava na zona sul da capital paulista, por volta das 6h do último dia 1º. O prédio não tem porteiro e o apartamento estava fechado por dentro.
Valéria chegou à capital paulista na sexta-feira (14/7) para retirar objetos e móveis da filha do apartamento onde ela foi encontrada sem vida, no bairro de Santo Amaro. Antes disso, ainda na sexta, a Polícia Civil realizou uma reconstituição no apartamento, liberando-o em seguida para a mãe da vítima.
Todos os móveis e itens de Dalliene já foram despachados para Uberaba, cidade do interior de Minas Gerais onde a jovem morava antes de tentar a carreira de modelo na capital paulista. Por ora, a mãe pretende ficar com os objetos, sem descartar a possibilidade de doá-los futuramente.
“Está difícil ficar sem a minha filha. Por enquanto, não vou doar as coisas dela. Quero primeiro sentir a presença dela nas coisinhas que ela deixou.”
A mãe da ex-modelo afirmou ao Metrópoles, nesta terça-feira (18/7), que a amiga de infância que dividia o apartamento com Dalliene, desde fevereiro deste ano, também retornou para Uberaba.
Colega de quarto
Brunna Ysabelle Gondim Faria, 22, foi quem chamou a polícia e o zelador do prédio no dia em que a amiga foi encontrada morta, para que arrombassem a porta do apartamento. O imóvel estava trancado por dentro. Brunna afirmou em depoimento não ter cópia da chave do apartamento.
A reportagem apurou que ela foi intimada e prestou um segundo depoimento, na última sexta-feira, e já voltou para Minas Gerais.
A mãe de Dalliene retornará para Uberaba na próxima semana. Até lá, ficará hospedada na casa de parentes na capital paulista.
Ninguém no apartamento
Fontes que acompanham a investigação afirmaram ao Metrópoles que, após a análise dos circuitos de câmeras do prédio, está descartada a suspeita de que alguém tenha entrado no apartamento.
Isso, porém, não afasta a tese de que Dalliene tenha sido eventualmente assassinada. Ela pode ter sido vítima de um envenenamento, segundo uma das linhas de investigação. Para que isso seja corroborado, o Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) aguarda o resultado de laudos, toxicológico e sexológico, para confirmar a causa da morte da ex-modelo.
Além da suspeita de envenenamento, o departamento policial considera que a vítima pode ter morrido por overdose de drogas ou, ainda, por alguma complicação pós-operatória, como já mostrado pelo Metrópoles. Recentemente a ex-modelo havia feito uma cirurgia de implante mamário. Sob os seus seios, quando foi encontrada sem vida, havia dois curativos.
No quarto dela, havia uma porção de cocaína e uma nota de dinheiro enrolada, indicando o eventual uso da droga. Na residência, a polícia também localizou e apreendeu maconha e anfetamina. Brunna afirmou em depoimento à polícia que ambas faziam uso esporádico das drogas.
Últimos momentos
Horas antes de ser encontrada morta, Dalliene comprou cigarro e trocou mensagens no celular.
Câmeras de monitoramento do prédio e de um posto de combustíveis registraram os últimos momentos que a jovem esteve na rua com vida (assista abaixo).
Dalliene foi a um happy hour com uma colega, após o fim do expediente de trabalho, na sexta-feira (30/6). Ela chegou ao prédio onde morava, em Santo Amaro, às 21h10. Enquanto o elevador sobe até o 9º andar, as imagens mostram que a jovem não para de trocar mensagens no celular.
Exatos 33 minutos depois, ela vai até um posto de combustíveis, ao lado do edifício. Sempre com o olho fixo no celular, lendo e respondendo às mensagens, Dalliene compra um maço de cigarros. Quando sai da loja, ela se despede de frentistas do posto, que respondem a saudação.
Durante a madrugada de sábado (1º/7), a ex-modelo mandou mensagens para um irmão e também para Brunna. Ela morreria horas depois.
Na madrugada de sábado, a porta do apartamento estava trancada. Por isso, ela foi arrombada pelo zelador do prédio, acionado por Brunna. A ação foi acompanhada por policiais militares, que foram chamados também pela amiga da vítima.
Dalliene foi sepultada no cemitério Memorial Parque de Uberaba, cidade mineira onde nasceu e cresceu. Além dos pais, ela deixa quatro irmãos.