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Prefeitura suspende atividades na Casa de Cultura Vila Guilherme

Secretaria de Cultura diz que medida é necessária para avaliar infraestrutura do local; população critica falta de diálogo com a prefeitura

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Leon Rodrigues / Prefeitura de SP
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1 de 1 imagem colorida mostra prédio do Casarão de cultura vila guilherme - metrópoles - Foto: Leon Rodrigues / Prefeitura de SP

São Paulo – A Prefeitura de São Paulo anunciou a suspensão por 60 dias das atividades da Casa de Cultura Vila Guilherme – Casarão, na zona norte da capital paulista.

A gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) afirma que a decisão foi tomada para a finalização de “laudos estruturais” e uma “averiguação completa” das condições do local.

Segundo a Secretaria Municipal de Cultura, o Casarão passará por um restauro. A reforma deve incluir revisões nos pisos de madeira e em outras áreas da casa, visando também a acessibilidade e a segurança contra incêndio no prédio.

A decisão, no entanto, causou surpresa nos frequentadores do local, que chegaram a fazer um protesto na última quarta-feira (13/9) cobrando explicações da secretaria.

A população reclama que não houve diálogo sobre a suspensão das atividades e que não é possível saber por quanto tempo o espaço ficará realmente fechado, já que a gestão não divulgou um cronograma das obras.

Em comunicado divulgado na página do Casarão no Instagram, a Prefeitura afirma que pode prorrogar o fechamento da casa por outros 60 dias.

“O que é mais estranho é a forma como foi feito. É como se a gente não tivesse valor nenhum para a secretaria”, diz Osmar Araújo, integrante do Fórum de Cultura da Zona Norte.

Ele cita que 120 grupos oferecem atividades no espaço atualmente e que dezenas de moradores participam das oficinas.

“São mais de 2 mil pessoas prejudicadas por baixo, fora as pessoas que vão lá para ver os eventos”, afirma Osmar.

Em nota ao Metrópoles, a Prefeitura disse que as oficinas previstas para o local serão remanejadas para as bibliotecas do entorno e as atrações culturais serão transferidas para a agenda do programa “Praças da Cultura”.

Os artistas da região reivindicam, no entanto, que pelo menos a área externa do Casarão seja aberta às atividades, além do prédio anexo que fica no terreno e teoricamente não seria alvo do projeto de restauro.

Osmar explica que as alternativas sugeridas pela prefeitura não são suficientes para acomodar toda a programação cultural que acontecia no Casarão. Segundo ele, as bibliotecas da região possuem duas ou três salas, ao passo que o prédio do Casarão tem 16.

As vereadoras do PSol Elaine Mineiro, do Quilombo Periférico, e Luana Alves enviaram ofícios à prefeitura solicitando informações sobre o plano de restauro do imóvel e as análises que teriam indicado a necessidade de fechamento temporário do prédio.

“A Prefeitura ainda não retornou o nosso requerimento. Caso não responda dentro do período legal, acionaremos o Ministério Público e demais instâncias responsáveis”, afirma a vereadora Elaine Mineiro, sobre o ofício enviado por seu mandato.

A última grande reforma na unidade aconteceu em 2019, quando o então prefeito Bruno Covas (PSDB) investiu mais de R$ 800 mil reais em obras de manutenção e conservação do espaço.

Na época, a casa de cultura teve as dependências ampliadas, com a criação de salas, área de skate, vestiários e copa.

Histórico do prédio

Construído em 1924 para abrigar o Grupo Escolar de Vila Guilherme, o prédio do Casarão funcionou como escola até 1970.

Entre 1977 e 2004, o espaço abrigou a subprefeitura Vila Maria/Vila Guilherme e depois ficou fechado até ser ocupado em 2014 por organizações e coletivos culturais da região. O grupo reivindicava a transformação do Casarão em um equipamento cultural.

No final de 2015, a Prefeitura iniciou a obra de requalificação do prédio e em 2016 o espaço se tornou oficialmente a Casa de Cultura Vila Guilherme.

Desde 2013, o prédio é tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp).

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