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Prefeitura de Praia Grande tenta impedir entrada de afegãos na cidade

Refugiados afegãos deixaram o Aeroporto de Guarulhos no final da tarde; hotéis da cidade já tinham se recusado a receber o grupo

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São Paulo – A Prefeitura de Praia Grande, no litoral paulista, tentou impedir a entrada na cidade do grupo de refugiados afegãos que estava acampado no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Eles chegaram à Baixada Santista por volta de 20h desta sexta-feira (30/6), mas homens da Guarda Municipal tentaram bloquear a passagem dos ônibus na entrada da cidade e nas imediações da colônia de férias do Sindicato dos Químicos.

Em nota, a Prefeitura de Praia Grande confirmou que não concorda com a entrada dos refugiados na cidade porque muitos deles estão doentes e precisam ficar isolados. Alegou, ainda, que o município não tem estrutura para recebê-los.

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Membros da Acnur falam com refugiados sobre ida ao litoral paulista
Mulher afegã espera ônibus que vai levá-la para litoral paulista
Refugiados afegãos guardam malas em bagageiro de ônibus
Funcionários usam roupa especial para limpar corredor onde refugiados afegãos que tiveram sarna estavam acampados.
Corredor do Aeroporto de Guarulhos fica vazio após saída de refugiados
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Mulheres afegãs filmam movimentação no Aeroporto de Guarulhos

Guilherme Gandolfi
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Membros da Acnur falam com refugiados sobre ida ao litoral paulista

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Mulher afegã espera ônibus que vai levá-la para litoral paulista

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Refugiados afegãos guardam malas em bagageiro de ônibus

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Funcionários usam roupa especial para limpar corredor onde refugiados afegãos que tiveram sarna estavam acampados.

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Corredor do Aeroporto de Guarulhos fica vazio após saída de refugiados

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A situação, segundo a nota de Praia Grande, foi criada pelos governos estadual e federal e se trata de uma “ação humanitária executada de forma equivocada”. Por fim, a prefeitura informou que a colônia de férias onde os afegãos seriam recebidos não possui alvará do Corpo de Bombeiros.

Pelo Twitter, o ministro da Justiça, Flávio Dino, disse na noite desta sexta-feira (30/6) que os refugiados serão transferidos para estabelecimento hoteleiro “devidamente contratado”. “O Brasil tem leis e nós estamos cumprindo. Esperamos das demais autoridades públicas idêntico comportamento”, escreveu.

Um grupo ligado à deputada federal Juliana Cardoso (PT) acompanhava a transferência dos refugiados e informou que, após a tentativa de bloqueio por parte da Guarda Municipal, a Polícia Rodoviária Federal foi mobilizada para ajudar os ônibus a entrar na cidade. Houve intensa negociação, mas guardas armados continuaram impedindo o acesso dos ônibus. O ministro Flávio Dino realizou um reunião com a prefeita Raquel Chini no final da noite para contornar a situação.

A deputada divulgou uma nota de repúdio em que critica a atitude da Prefeitura de Praia Grande. ” Essa ação demonstra falta de solidariedade e humanidade, indo contra os princípios básicos de acolhimento e respeito aos direitos humanos”, diz a nota (veja abaixo).

Corredores vazios

Os 153 imigrantes deixaram o Aeroporto Internacional de São Paulo às 18h desta sexta-feira (30/6). Membros da Acnur, a Agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para Refugiados, acompanharam o grupo no trajeto. Com a saída dos refugiados, os corredores do aeroporto onde eles estavam alojados ficaram vazios (veja vídeo abaixo).

A transferência foi decidida depois de reuniões entre representantes do governo federal, estadual e municipal de Guarulhos nesta quinta-feira (29/6). As autoridades estiveram no aeroporto e conversaram com voluntários que auxiliam os afegãos.

A ideia inicial era levar o grupo para hotéis, mas, segundo a deputada Juliana Cardoso, os estabelecimentos se recusaram a receber os imigrantes por causa do surto de sarna. Mais de 20 afegãos foram diagnosticados com a doença na última semana e precisaram ser medicados.

 

A transferência para o litoral paulista preocupa a presidenta do Coletivo Frente Afegã, Aline Sobral. Ela afirma que a organização não foi autorizada a acompanhar os imigrantes no trajeto, apesar de ter contato próximo com o grupo. “O Posto Humanizado, mais uma vez de forma arbitrária, não deixou o coletivo e a ARRO irem para Praia Grande”, conta Aline.

ARRO é a sigla em inglês para a “Organização de Resgate de Refugiados do Afeganistão”. A entidade é formada por afegãos que se refugiaram no Brasil e também teria sido impedida de acompanhá-los até a colônia de férias.

O Posto Avançado de Atendimento Humanizado ao Migrante, citado por Aline, pertence à Secretaria de Desenvolvimento e Assistência Social de Guarulhos.  O Metrópoles questionou a Prefeitura de Guarulhos sobre o tema e aguarda uma resposta. O espaço continua aberto para manifestação.

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