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Prefeito de São José acusa rival de usar sem-teto da capital na TV

Campanha do prefeito Anderson Farias diz que Eduardo Cury usou imagem de morador de rua da capital em vídeo contra ele. Peça foi suspensa

atualizado

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Reprodução/TRE
Placa CET em propaganda de Eduardo Cury
1 de 1 Placa CET em propaganda de Eduardo Cury - Foto: Reprodução/TRE

São Paulo — A Justiça Eleitoral determinou, em decisão liminar desse domingo (15/9), que a campanha do candidato a prefeito de São José dos Campos Eduardo Cury (PL) retire do ar uma propaganda que mostra pessoas em situação de rua.

A peça tinha como intuito denunciar o crescimento das pessoas sem-teto na cidade do Vale do Paraíba durante a gestão do atual prefeito, Anderson Farias (PSD), que disputa a reeleição e é rival de Cury.

No pedido à Justiça Eleitoral, a campanha de Farias afirma que, no vídeo de 30 segundos da campanha adversária, não é possível identificar se os moradores de rua exibidos “habitam as ruas de São José dos Campos ou de qualquer outra cidade”.

A petição diz ainda que a propaganda não veiculou nenhuma imagem, nome ou número de candidatos da coligação de Cury, contrariando uma exigência da lei eleitoral.

Na decisão liminar (provisória), a juíza Patrícia Helena Feitosa Milani determinou que as emissoras de TV parassem de veicular o vídeo exibido pela campanha de Cury no sábado (14/9), dizendo que “há mais do que mero indício para deferimento da medida na propaganda apresentada”, sem detalhar a decisão.

Um dia após a decisão, a campanha do prefeito Anderson Farias anexou prints (veja em destaque) de frames do vídeo que mostram um suposto morador de rua de São José dos Campos ao lado de uma placa da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), órgão de fiscalização de trânsito da capital paulista.

“Ao analisar com acuidade a imagem, observa-se que a pessoa está deitada ao lado de uma tampa de bueiro escrito “CET São Paulo”, o que comprova que o fato não ocorreu no Município de São José dos Campos, mas no município de São Paulo”, diz a petição da campanha do prefeito.

Segundo a CET, a placa é uma tampa de serviço e está disposta em diversos pontos da capital paulista.

Procurada pelo Metrópoles, a campanha de Eduardo Cury defendeu, em nota, que a “inserção contestada pelo candidato do PSD aborda um problema social amplamente conhecido pela população e fartamente noticiado pela mídia: a presença de usuários de drogas nas ruas de São José dos Campos, grande parte deles vinda da Cracolândia, em São Paulo.”

“Ao contrário do que alega o candidato do PSD, a coligação São José no Rumo Certo Novamente não usou imagens de usuários de drogas de São Paulo para ‘simular’ a existência do problema. Ao contrário, o vídeo em questão traz uma única imagem de 2 segundos de um usuário de drogas da Cracolândia. Todas as demais imagens foram captadas nas ruas de São José, sem exceção.”

De acordo o texto, a coligação recorrerá da decisão ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

Empate técnico

No último levantamento Ipec sobre as intenções de votos, Eduardo Cury (PL) e Anderson Farias (PSD) apareceram tecnicamente  empatados na disputa pela Prefeitura de São José dos Campos – Cury e Anderson receberam 29% e 23% das intenções de voto, respectivamente.

Com o empate técnico, os dois candidatos têm travado uma disputa acirrada na cidade, que repercute na política estadual e nacional. No início de setembro, Eduardo Bolsonaro (PL) esteve na cidade para ajudar na campanha de Cury, que é aliado do bolsonarismo.

Ele e Anderson disputam o apoio do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), em uma espécie de microcosmo da guerra travada entre Jair Bolsonaro (PL) e Gilberto Kassab (PSD) por influência no estado de São Paulo.

CORREÇÃO: Inicialmente, a reportagem informava que a suspensão da propaganda de Eduardo Cury na eleição de São José dos Campos havia sido suspensa por causa da foto de um morador de rua ao lado de uma placa da CET na capital paulista. A imagem, contudo, só foi anexada pela campanha de Anderson Farias ao processo após a decisão da juíza Patrícia Helena Feitosa Milani, que suspendeu a propaganda a partir de questionamentos  sobre falta de identificação da coligação do candidato do PL no vídeo.

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