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Prazo de “salve” do PCC termina nesta 5ª e agentes alegam abandono

Secretaria da Administração Penitenciária não comenta sobre eventuais medidas tomadas com presos envolvidos com mensagem do crime

atualizado

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Homens em cima de laje de presídio - Metrópoles
1 de 1 Homens em cima de laje de presídio - Metrópoles - Foto: Reprodução

São Paulo – Termina nesta quinta-feira (17/10) o prazo estipulado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), em um “salve geral”, no qual é determinado que criminosos levantem informações sobre policiais penais, para que sejam eventuais alvos de ataques da facção.

Conforme já mostrado pelo Metrópoles, funcionários da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) apreenderam com detentos da Penitenciária de Parelheiros, na zona sul paulistana, um manuscrito ordenando que fossem —  por unidade prisional — levantadas duas identidades e a localização das residências de agentes penitenciários, no prazo de 30 dias.

O Ministério Público (MPSP), por meio do grupo que investiga o crime organizado (Gaeco), monitora a situação em mais de um presídio.

“O sentimento que nós temos é o de abandono por parte do [governo do] estado. O que mais queremos evitar é o que aconteceu em 2006 em São Paulo”, afirmou ao Metrópoles, nessa terça-feira (16/10), Fábio Jabá, presidente do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional de São Paulo (Sifuspesp), referindo-se aos ataques promovidos pelo PCC, em 2006, que pararam o estado e resultaram em centenas de mortes.

Ele acrescentou dialogar bastante com policiais penais, cuja maioria circula sem proteção e exposta a riscos, incluindo de morte, por causa da falta de amparo estatal. “Como não ficarem tensos os policiais penais, dos quais uma pequeníssima minoria conta com arma e colete [a prova de balas] para se proteger. Como a grande maioria fica [sem proteção] num momento desse [de eventuais novos ataques do PCC]?”, questionou.

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Praia no Guarujá (SP)
Soldado da PM Patrick Bastos Reis, morto com um tiro no tórax no Gaurujá (SP)
Arma de policial militar no Guarujá
Viatura da PM circula por Vicente de Carvalho, no Guarujá, durante onda de violência no litoral
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Policiais militares em serviço no Guarujá, litoral de São Paulo

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Dias após a divulgação do “salve geral“, apreendido na cadeia, um carro de transporte de presos foi incendiado no trajeto de volta do Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste, para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros.

Ao Metrópoles, nessa quarta-feira, o secretário da Administração Penitenciária, Marcelo Streifinger, afirmou que o incêndio na viatura teria resultado de uma “pane elétrica”, mesma versão divulgada em nota pela pasta, dias antes, por meio de sua assessoria de imprensa.

As causas do fogo, porém, foram provocadas por uma pessoa, ainda não identificada, conforme registros da Polícia Civil e como, também, foi corroborado à reportagem pelo comandante da PM, Cássio Araújo de Freitas, que classificou o caso como “mais um vandalismo”.

“Agentes em alerta”

Marcelo Streifinger disse ainda, em entrevista ao Metrópoles, que os cuidados internos no sistema prisional são constantes. “A gente não pode viver de forma sazonal. Pode ser uma coisa geral, pode ser uma coisa pessoal. Tem que estar sempre pronto […] Os agentes penitenciários estão em alerta permanentemente. Nossa realidade é diferente da rua”.

Ele porém, da mesma forma que a assessoria da pasta, se calou sobre o “salve geral” apreendido e eventuais medidas tomadas contra os presidiários envolvidos com a disseminação do manuscrito.

A SAP e o titular da pasta também não se posicionaram sobre um pedido de ajuda, enviado pelo Sifuspesp, por meio de um ofício no último dia 11.

“Portões do inferno”

No documento, o sindicato dos funcionários do sistema prisional solicita que o governo disponibilize armas e coletes à prova de balas aos policiais penais, já habilitados, e treinamento emergencial aos restantes.

Também é solicitado concurso emergencial para a contratação de 3,5 mil agentes para cobrir o déficit de profissionais no sistema.

“Não percebemos até agora nenhum tipo de ação da SAP. Por que a SAP nunca se manifesta? Nossa categoria é forjada nos portões do inferno. Trabalhar na cadeia não é e nunca vai ser fácil”, afirmou o presidente da entidade.

Polícias em alerta

Toda a Polícia Civil da Baixada Santista está em alerta para eventuais ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC), incluindo em escolas e transporte público, após o registro de uma denúncia anônima, feita por meio do telefone 181, na segunda-feira (14/10).

Além da Polícia Civil, como já mostrado pelo Metrópoles, o comandante da PM, Cássio Araújo de Freitasc colocou as tropas da corporação em alerta, na terça-feira (15/10), em resposta a novos ataques sofridos por policiais militares no litoral de São Paulo. A suspeita é que eles tenham ligação com o PCC.

Na segunda-feira (14/10), dois homens em uma moto se aproximaram de uma base da PM na Vila Zilda, no Guarujá, e atiraram cinco vezes contra dois policiais em serviço. Horas depois, membros das Rondas com Motocicletas (Rocam) foram alvos de tiros no mesmo bairro.

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