Praia em SP: veja projeto para criar “orla” no Parque Villa-Lobos

São Paulo — Localizado na zona oeste de São Paulo, o Parque Villa-Lobos pode ganhar uma “orla” em 2025. O projeto, que está em fase de autorização de licenças para início das obras, prevê quiosques, arena esportiva, beach club e outras instalações.

Atualmente, o local previsto para receber a “orla” é onde existe uma quadra de futsal. A ideia é implementar quatro espaços gourmets com restaurantes, sete quiosques com conveniências, área kids e espaços para aulas gratuitas de várias modalidades, como beach tennis, yoga e lutas para o público geral, além de um beach club exclusivo para sócios.

O que falta para caracterizar o ambiente de orla, no entanto, é o mar. Para o arquiteto idealizador do projeto, Rogério Gomes, esse não foi um problema, apenas um desafio. “O meu desafio foi desenvolver os espaços físicos de forma que se tenha exatamente os três momentos que acontecem nesse projeto, que é o momento da passarela, do calçadão; o momento do deck, e logo em seguida o momento da areia, que é o que acontece na maioria das praias do Brasil”, afirmou ao Metrópoles.

“Pensar em uma orla em São Paulo é, na verdade, a transposição de uma experiência de orla”, diz Rogério Gomes. “Não é uma pretensão de as pessoas se sentirem na praia. É a sensação que se tem de estar ao ar livre em lugares onde a areia transmite uma energia totalmente diferente do gramado, piso sintético e outros pisos.”

A expectativa é que o projeto seja majoritariamente aberto ao público geral, mas com 25% do espaço destinado ao uso de sócios, segundo o arquiteto. “Essa é uma grande oportunidade de transformar um espaço em um produto que pode ser consumido por qualquer pessoa, não só quem está na beira da praia”, disse.

Esporte e lazer

A concessionária responsável pelo projeto diz que a  ideia “nasce colaborativa na busca pelo equilíbrio e adoção de práticas esportivas que promovam a saúde de forma integral”. Por isso, de segunda a sexta-feira, entre 6h e 17h, a ideia é promover aulas gratuitas de mais de 12 modalidades esportivas, pensando em atender 2.500 praticantes semanalmente.

O agendamento das aulas deverá funcionar via aplicativo, e no local haverá estrutura com banheiros equipados com duchas individuais, vestiário, armários e outras facilidades.

Alguns esportes inclusos são corrida, ciclismo, danças, beach tennis, vôlei, pilates, yoga, artes marciais, entre outras atividades ao longo de todo o dia, com suporte e atendimento ao público iniciante e aos perfis mais avançados.

Já entre 17h e 22h, também entre segunda e sexta, o entardecer deve contar com outras aulas e a possibilidade de happy hours nos quiosques e espaços gourmets, sem deixar de lado as crianças, que podem aproveitar o espaço kids da orla. Um parque de águas também deve ser instalado, em mais um esforço lúdico para criar o ambiente de praia aos visitantes.

Aos fins de semana, entre 6h e 22h, além de esportes, é previsto que a orla receba shows e apresentações para mais de 5 mil pessoas.

Espaços gourmet

Além de quiosques de conveniência em toda a orla, haverá quatro espaços gourmets maiores, com a ideia de promover experiências gastronômicas para cada elemento: ar, fogo, terra e água.

• Quiosque Ar: objetivo é promover a alimentação saudável, com saladas, mousses, pratos leves e pães de fermentação natural;
• Quiosque Fogo: a especialidade serão as carnes, na brasa, grelhadas, assadas ou defumadas;
• Quiosque Terra: um cardápio leve, com receitas veganas e temperos naturais frescos;
• Quiosque Água: cozinha contemporânea, com um cardápio que reflita a suavidade e o frescor da água.

Beach club

“Orla que é orla tem um beach club exclusivo para associados, com esportes, lazer e momentos de bem-estar”, diz a descrição do projeto. Esse centro de lazer associado contará com bar, restaurante, mezanino, três quadras de beach tennis e um rooftop, além de vestiários.

A reportagem procurou a Associação dos Amigos de Alto dos Pinheiros (SAAP) para comentar o projeto, que traz um impacto aos arredores do bairro, mas a associação ainda não sabia sobre a criação da orla. “Infelizmente não tínhamos conhecimento e não podemos dar opinião”, disse um representante da associação. O espaço segue aberto para futuras manifestações.

O Metrópoles também questionou o governo do estado de São Paulo sobre uma possível consulta pública dos frequentadores do parque a respeito da orla. Segundo a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, o edital da concessão não prevê esse processo. Além disso, o governo reforçou que o projeto ainda está sob análise.