Porsche que causou acidente com morte trafegava a 156 km/h, diz laudo
Laudo do IC aponta que empresário estava em altíssima velocidade quando bateu em carro de aplicativo; velocidade máxima era de 50 km/h
atualizado
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São Paulo — Laudo do Instituto de Criminalística da Polícia Civil de São Paulo indica que o Porsche conduzido pelo empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, trafegava a uma velocidade média de 156 km/h quando atingiu a traseira do Renault Sandero do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, de 52. O acidente, ocorrido no dia 31 de março na Avenida Salim Farah Maluf, zona leste, resultou na morte de Ornaldo.
O resultado do laudo, divulgado pela TV Globo, foi confirmado pelo Metrópoles. Na ocasião do acidente, Fernando Filho admitiu que estava “um pouco acima” da velocidade permitida para a via, que é de 50 km/h.
O acidente
Segundo testemunhas, Fernando Filho dirigia o Porsche, avaliado em mais de R$ 1 milhão, em altíssima velocidade quando bateu na traseira do Renault Sandero do motorista de aplicativo. Ornaldo foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
Além do motorista de aplicativo que morreu, o estudante Marcus Vinicius Machado Rocha, de 22 anos, que estava de carona no Porsche, sofreu ferimentos graves e precisou passar por cirurgia. À polícia, ele disse que Fernando Filho havia ingerido bebida alcóolica antes, contrariando o depoimento do dono do Porsche.
No dia do acidente, o empresário deixou o local com a ajuda da mãe, Daniela Cristina de Medeiros Andrade, de 45 anos, e só se apresentou na delegacia mais de 36 horas depois.
Nessa segunda-feira (22/4), a Polícia Militar entregou à Polícia Civil as imagens captadas pelas câmeras corporais dos PMs que atenderam a ocorrência. As imagens devem ajudar a equipe de investigação a entender as circunstâncias em que Fernando Filho deixou o local do acidente.
Os policiais deixaram de fazer o teste de bafômetro no empresário e não o autuaram em flagrante. Mesmo com uma morte registrada, os agentes só apresentaram a ocorrência na delegacia cerca de 5 horas após o acidente.
A conduta dos PMs que liberaram a saída de Fernando é investigada pela corporação. A Polícia Civil também investiga a situação, a pedido da Justiça.
A entrega das imagens das câmeras corporais acontece dias depois de a Polícia Civil ter ido à Justiça solicitar formalmente as imagens. Ainda assim, o Metrópoles apurou que a PM se antecipou à decisão judicial e entregou os vídeos por via administrativa.
Prisão negada
A Justiça negou dois pedidos de prisão contra o empresário, mas impôs fiança de R$ 500 mil e suspendeu sua CNH. Ele e a mãe também tiveram que entregar seus celulares à polícia. A quebra do sigilo de dados foi autorizada.
A defesa de Fernando Filho informou, nesta terça-feira (23/4), que não vai se manifestar a respeito do resultado do laudo.
Na ocasião do acidente, a defesa disse que entrou em contato com a família da vítima para prestar solidariedade e toda a “assistência necessária”. “Obviamente, a perda não será reparada, mas minimamente prestaremos amparo necessário neste momento de tal fatalidade”, diz nota dos advogados.