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Carro de empresário que provocou acidente era adulterado, diz Porsche

Laudo feito por suporte técnico da Porsche mostra adulteração e aponta também que veículo estava a 136 Km/h quando bateu contra carro de app

atualizado

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Divulgação/Polícia Civil
Em foto colorida, na esquerda, Renault Sandero branco com traseira destruída e, na direita, Porsche azul escuro com traseira intacta e fora de isolamento policial - Metrópoles
1 de 1 Em foto colorida, na esquerda, Renault Sandero branco com traseira destruída e, na direita, Porsche azul escuro com traseira intacta e fora de isolamento policial - Metrópoles - Foto: Divulgação/Polícia Civil

São Paulo — Um laudo técnico auxiliar produzido pela própria Porsche aponta uma adulteração no veículo dirigido por Fernando Sastre de Andrade Filho, empresário que teria provocado o acidente que matou um motorista por aplicativo em 31 de março, na zona leste de São Paulo.

A análise realizada pelo suporte técnico da montadora aponta que havia um escapamento “não original” acoplado ao motor do veículo, “implicando em aumento de ruído e potência com a alteração da passagem dos gases de escapamento”.

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Asfalto ficou com marcas de pneus após acidente, ocorrido em alta velocidade
Carro da vítima teve a traseira destruída
Motorista do Renault Sandero morreu durante atendimento hospitalar
Fernando Sastre de Andrade Filho, motorista de Porsche que se envolveu em acidente na zona leste
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Dianteira de carro de luxo ficou completamente destruída

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Asfalto ficou com marcas de pneus após acidente, ocorrido em alta velocidade

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Carro da vítima teve a traseira destruída

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Motorista do Renault Sandero morreu durante atendimento hospitalar

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Fernando Sastre de Andrade Filho, motorista de Porsche que se envolveu em acidente na zona leste

Reprodução/Redes Sociais

Como mostrou o Metrópoles, um equipamento eletrônico do Porsche mostra que o veículo trafegava a 136 km/h no momento em que colidiu contra o Sandero, conduzido pelo motorista de app Ornaldo da Silva Viana, de 52 anos. Os dados foram extraídos do veículo importado em 2 de maio e fornecidos às investigações

Para chegar à velocidade no momento da colisão, o suporte técnico da empresa fez a leitura da unidade eletrônica do PSM (Porsche Stability Management), que é um sistema de controle de estabilidade da marca alemã. O PSM assume o comando de uma série de dispositivos do veículo em situações como a derrapagem ou retirada abrupta do pé no acelerador.

O exame do módulo do veículo foi realizado em um pátio da fabricante, na presença de um especialista do suporte técnico da Porsche, além da perita criminal e de peritos do Núcleo de Acidentes de Trânsito.

A perícia buscava saber também qual a velocidade do veículo minutos antes e também nos 30 dias anteriores à colisão, mas não foi possível obter esses dados. Segundo o suporte técnico, não foi possível obter esses registros, porque os carros da Porsche não têm equipamento para rastreamento ou datalogger instalados. O carro foi vendido em 14 de fevereiro e estava com 587 km rodados.

“Cabe ressaltar que a velocidade obtida por meio da leitura do módulo pela Porsche foi de 136 km/h, cujo resultado é condizente com a estimativa obtida pelo Núcleo de Apoio Logístico”, diz a análise feita pela perícia.

A velocidade máxima permitida na Avenida Salim Farah Maluf, onde ocorreu a colisão, é de 50 km/h. Laudo do Instituto de Criminalística da Polícia Civil divulgado em 23 de abril já estimava que o carro do empresário, um Porsche 911 Carrera GTS, estava em alta velocidade, a 156 km/h.

Histórico

O empresário está preso desde 11 de maio na Penitenciária 2 de Tremembé, no interior de São Paulo. O lugar é conhecido como “cadeia dos famosos”, por receber detentos que se envolveram em crimes de repercussão.

Fernando Filho é réu por homicídio qualificado e lesão corporal gravíssima. O empresário foi acusado de provocar a colisão quando estava embriagado.

O que diz a defesa

A defesa se manifestou nos autos a respeito da leitura do PSM do veículo. “Trata-se de ‘laudo técnico auxiliar’, que sequer está assinado (fls., 1921) – de leitura de um módulo veicular, sendo que nenhum deles (módulo, leitor e programa de leitura) são homologados ou possuem certificação adequada dos órgãos de metrologia do Brasil, sendo certo que tais dados seriam meramente estimatórios, sem possibilidade de revelar certeza”, dizem os advogados do empresário.

Em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, no início de maio, Fernando Filho disse que não bebeu e que também não teve a sensação de que estava em alta velocidade no momento da batida.

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