Polêmico, plano de Zona Azul no calçadão do centro segue de pé em SP
Gestão Ricardo Nunes planeja abrir 275 vagas de Zona Azul para carros no calçadão do centro histórico de SP, despertando polêmica
atualizado
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São Paulo – A Prefeitura de São Paulo anunciou nessa terça-feira (31/1) que vai ativar apenas 77 das 257 vagas de estacionamento da Zona Azul no período noturno no entorno do Theatro Municipal, no centro, deixando de fora as vagas que seriam ativadas no calçadão do centro velho, que haviam despertado polêmica.
A decisão, que foi recebida como uma desistência da gestão Ricardo Nunes (MDB) em liberar o estacionamento para carros no calçadão do centro, não é um recuo definitivo.
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), encarregada da gestão das vagas da Zona Azul, ainda pode ativar essas vagas. Isso será decidido após um período de 60 dias de testes do novo sistema de estacionamento noturno.
As vagas que foram liberadas estão na rua. Ficam no Viaduto do Chá, na Rua 24 de Maio, na Rua Xavier de Toledo e em pontos ao redor da Praça Ramos de Azevedo, onde fica o teatro. As vagas que estariam no calçadão, que já foram até demarcadas, ficam por ora congeladas.
“A Prefeitura vai acompanhar a utilização das vagas de Zona Azul localizadas no entorno do Theatro nas noites de espetáculos e avaliar se existe uma demanda reprimida para ser atendida”, informa a CET, por nota.
As vagas da Zona Azul são concedidas à iniciativa privada desde 2020, para a Z.A. Digital de São Paulo, uma Sociedade de Propósito Específico do grupo Estapar. A empresa fica com a maior parte da receita da venda do uso das vagas, e repassa uma parcela à Prefeitura.
A proposta de criação dessas vagas se deu, segundo justificativa da Prefeitura, para atender o público que vai ao Municipal à noite, considerando entre outros pontos a insegurança das ruas da região à noite.
A polêmica surgiu porque, ao criar vagas para carros no calçadão, a Prefeitura estaria retirando espaço que era destinado a pedestres e estimulando o uso de transporte individual, segundo urbanistas e ativistas ligados à mobilidade.
[estacionamento]
em momentos como esses é preciso dizer o óbvio. todos os estudos com base em evidências apontam para o fato de que a criação de vagas públicas de estacionamento a valores baixos e de vagas privadas em prédios estimulam o uso de transporte individual motorizado.+ https://t.co/kMP8IfLylw
— Bianca Tavolari (@biancatavolari) January 26, 2023
Ao dizer que iria ativar apenas parte das vagas e deixando em aberto a abertura das demais, a gestão Nunes buscará embasamento técnico para manter a proposta.
A avaliação se as demais vagas serão ativadas ou não ocorre, agora, na primeira semana de abril.