Voto do PSol contra arcabouço não afeta acordo para 2024, diz Boulos
Para deputado federal Guilherme Boulos (PSol), pré-candidato à Prefeitura em 2024, texto final do novo arcabouço fiscal era ruim
atualizado
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São Paulo – O deputado federal Guilherme Boulos (PSol) acredita que o fato de seu partido ter votado contra o pedido de urgência para o novo arcabouço fiscal proposto pelo governo Lula não trouxe fissuras ao acordo estabelecido desde o ano passado entre a legenda e o PT para a Prefeitura de São Paul0.
Boulos é pré-candidato à Prefeitura e conta com o apoio expresso de Lula, que já disse que seu partido não terá candidato às eleições neste ano para apoiar o PSol.
“A votação não tem relação com 2024”, disse Boulos, nesta sexta-feira (19/5), durante um evento do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), do qual é um dos coordenadores nacionais, em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo.
O presidente Lula cobrou fidelidade da base aliada para a votação do pedido de urgência do texto, que o livraria de passar pelas comissões temáticas da Câmara e liberava a aprovação somente mediante a votação em plenário.
A bancada do PSol, porém, contrária a trechos do texto, votou contra o pedido.
“O relatório do deputado Cláudio Cajado é muito ruim”, disse Boulos ao Metrópoles. Entre os pontos negativos, ele citou a criação das travas para gastos (que seriam acionadas caso a arrecadação não atingisse a meta) e a inclusão de limites de gastos para o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).
O deputado citou críticas recebidas, por exemplo, do vice-presidente do PT Washington Quaquá, do Rio, que cobrou apoio do PSol ao arcabouço. “Não vi Quaquá cobrar apoio do PSD para a votação do Marco do Saneamento”, disse Boulos.
O PSD, de Gilberto Kassab, que detém os ministérios da Agricultura, da Pesca e de Minas e Energia, liberou a bancada na votação das mudanças no Marco do Saneamento Básico, no começo do mês, em que o governo saiu derrotado.
No evento em Guarulhos, Boulos foi acompanhado de membros locais do PT, como o vereador Rômulo Ornelas, e fez um discurso em que defendeu a nova política de preços da Petrobras adotada pelo governo Lula, que resultou na queda do preço do gás de cozinha e dos combustíveis.