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Valdemar, PT e Bolsonaro: os laços do novo presidente da Alesp

Afilhado político de Valdemar Costa Neto, André do Prado (PL) foi eleito presidente da Alesp nesta quarta (15/3), com apoio de Tarcísio

atualizado

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Fábio Vieira/Metrópoles
andré do prado no plenário
1 de 1 andré do prado no plenário - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

São Paulo – Eleito nesta quarta-feira (15/3) para presidir a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) pelos próximos dois anos, o deputado André do Prado (PL) é descrito por colegas como um político discreto, pragmático, moderado e, até o ano passado, pouco atuante na Casa.

Afilhado político de Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, e apoiado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), André tem um histórico de boas relações tanto com o PT de Lula, que sempre foi oposição em São Paulo, como com o clã Bolsonaro.

Aos 53 anos, o novo presidente da Alesp inicia nesta quarta-feira, com a posse dos 94 deputados estaduais eleitos em 2022, sua quarta passagem pela Assembleia paulista. Antes, foi prefeito de Guararema, município da região do Alto Tietê, na Grande São Paulo, que tem pouco mais de 30 mil habitantes.

Alinhado a um grupo que atua como uma espécie de Centrão paulista, André foi eleito pela primeira vez para a Alesp em 2010, em uma coligação do então PR (antigo nome do PL) com o PT. Hoje, ele se encontra do lado oposto na polarização política, sendo correligionário do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Fisiológico

Apesar de ser do partido bolsonarista, André integra a “ala Valdemar” do PL, e não se identifica com o radicalismo do “bolsonarismo raiz”. Possui bom trânsito com outros partidos na Alesp e apoiou a candidatura à reeleição do ex-governador Rodrigo Garcia (PSDB) contra o próprio Tarcísio, embora o PL fizesse parte da coligação do atual governador.

Em um acordo costurado por Valdemar em novembro do ano passado, Tarcísio decidiu apoiar a candidatura de André para o comando da Casa, com receio de que uma candidatura da ala bolsonarista do PL fosse derrotada pela oposição ou por uma candidatura de centro articulada pelo PSDB, que comandou a Alesp pelos últimos 16 anos.

Aliados bolsonaristas que estiveram ao lado de Tarcísio durante toda a campanha não ficaram felizes com a decisão, já que André apoiou Garcia no primeiro turno. O governador justificou o apoio alegando que precisava retribuir a Valdemar a ajuda que ele concedeu a Bolsonaro após a derrota para Lula nas urnas. A ala bolsonarista do PL optou por manter a unidade num primeiro momento, mas já sinaliza impaciência com as ações recentes do governador.

Atuação parlamentar

Em 12 anos como deputado estadual, André do Prado protocolou 206 projetos de lei, sendo boa parte deles voltada para sugerir nomes de ruas e viadutos. Como membro titular, integra apenas a Comissão de Fiscalização e Controle da Alesp, e se engajou em frentes parlamentares relacionadas à região do Vale do Ribeira, um de seus redutos eleitorais.

A área também é reduto de Bolsonaro, que cresceu na cidade de Eldorado (SP). André já empregou o irmão do ex-presidente, Renato Bolsonaro, em seu gabinete em 2016. Enquanto assessor, Renato recebia um salário de R$ 17 mil e atuava na cidade de Miracatu, também no interior paulista, sob a justificativa de que representava o gabinete André na região.

No entanto, reportagens do SBT mostraram, à época, que Renato Bolsonaro pouco aparecia no gabinete e passava a maior parte do expediente em uma loja que administrava na cidade. A acusação de empregar o irmão de Bolsonaro como funcionário fantasma levou André a exonerá-lo. No ano passado, Renato Bolsonaro foi um dos coordenadores da campanha de Tarcísio. O governador cogitou nomeá-lo para exercer um cargo no governo estadual, mas recuou da ideia.

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