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Tarcísio pediu voto para caminhoneiro preso por suspeita de financiar atos

Tarcísio gravou um vídeo pedindo votos para o caminhoneiro Ramiro Alves da Rocha Cruz Júnior, que foi candidato a deputado federal pelo PL

atualizado

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Reprodução/YouTube
Ramiro dos Caminhoneiros e Tarcísio de Freitas
1 de 1 Ramiro dos Caminhoneiros e Tarcísio de Freitas - Foto: Reprodução/YouTube

São Paulo – O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), pediu votos nas eleições de 2022 para o bolsonarista Ramiro Alves da Rocha Cruz Júnior, o Ramiro dos Caminhoneiros, preso nessa sexta-feira (20/1) sob suspeita de financiar e fomentar os atos golpistas de 8 de janeiro, em Brasília.

Ramiro foi candidato a deputado federal pelo PL de São Paulo, mas obteve 4.542 votos e não se elegeu. Em 8 de setembro de 2022, durante a campanha eleitoral, o caminhoneiro publicou no YouTube e no Instagram um vídeo ao lado de Tarcísio, que disputava a corrida ao governo estadual.

No vídeo, Tarcísio aparece entre Ramiro e José Carlos Vilela, outro caminhoneiro que foi candidato a deputado estadual pelo PL e também não se elegeu. O governador, então candidato, olha para a câmera e afirma que tanto ele quanto o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) precisariam de aliados no Legislativo. O PL integrou a coligação de Tarcísio na eleição estadual.

“A gente vai precisar do Legislativo, que não dá pra governar sozinho. Vamos precisar aqui em São Paulo de uma Assembleia forte, por isso o Vilela ao nosso lado. E o presidente Bolsonaro vai precisar de uma Câmara dos Deputados forte, para isso temos aqui o Ramiro. Ambos têm muito tempo de rodagem e a classe dos caminhoneiros precisa de representação”, disse Tarcísio.

Procurada, a assessoria de Tarcísio não retornou a reportagem. Ramiro também aparece em um vídeo ao lado do senador eleito Marcos Pontes (PL-SP), que o segue no Instagram.

Conforme revelado pelo Metrópoles, Ramiro omitiu duas empresas da Justiça Eleitoral nas eleições de 2022. Uma delas, a Dream Come True Services Ltda., registrada em 2014 como empresa de transporte de cargas e passageiros, teve o CNPJ utilizado pelo caminhoneiro como chave Pix para arrecadar dinheiro para seu canal no YouTube, no qual fomentava atos golpistas pelo país, principalmente, os bloqueios de rodovias.

Atos golpistas

Nas redes sociais, Ramiro publicou diversos vídeos fomentando atos golpistas. No vídeo em que divulga a chave Pix da empresa omitida da Justiça Eleitoral, ele pede aos empresários do agronegócio que utilizem tratores nas rodovias como protesto contra a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições.

Ramiro também divulgou outra chave de Pix – o seu celular – para levantar doações para os acampamentos golpistas em Brasília. Segundo a coluna de Guilherme Amado no Metrópoles, o caminhoneiro havia pedido as doações para viabilizar a ida de 3.000 ônibus para Brasília, mas bolsonaristas o acusam de ter roubado o dinheiro, uma vez que os veículos nunca apareceram.

Preso nesta sexta (20/1) na Operação Lesa Pátria, ele disse à PF que não estava em Brasília no domingo (8/1), quando os prédios dos Três Poderes foram invadidos e depredados pelos extremistas.

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