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Tarcísio trata internação compulsória na Cracolândia como última opção

Governo e Prefeitura de SP estudam deixar apenas uma única entidade realizar as abordagens aos dependentes químicos na região da Cracolândia

atualizado

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Isadora de Leão Moreira/Governo de São Paulo
Fotografia colorida mostra Tarcísio de Freitas e Ricardo Nunes - Metrópoles
1 de 1 Fotografia colorida mostra Tarcísio de Freitas e Ricardo Nunes - Metrópoles - Foto: Isadora de Leão Moreira/Governo de São Paulo

São Paulo – O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou nesta terça-feira (24/1) que a internação compulsória não será descartada para dependentes químicos da Cracolândia, no centro da capital paulista, embora seja “a última opção” para aqueles que recusarem tratamento.

“Você tem uma cesta de opções e a internação compulsória vai ser a última delas”, disse ele após uma reunião com o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e diversos secretários no Palácio dos Bandeirantes.

A medida, defendida tanto por Tarcísio quanto Nunes, foi amplamente questionada por entidades que atuam na região há anos. “Sabemos que a internação compulsória dá muito questionamento judicial, mas não pode ser descartada”, acrescentou.

Destacado por Tarcísio para gerenciar a atuação multidisciplinar entre governo e município na Cracolândia, o vice-governador Felício Ramuth (PSD) afirmou que a medida, embora bastante questionada, “é muito complexa”.

“A internação compulsória é tema de Justiça. Precisa do Ministério Público, é o último caso. Existe uma dúvida de toda a população em torno da internação compulsória, mas é a exceção da exceção”, disse ele.

Justiça terapêutica

Uma alternativa discutida para os dependentes químicos na região é a Justiça terapêutica, na qual a punição à infração pode ser trocada pela internação do usuário. Para implementar a medida, Tarcísio anunciou a formação de mais um grupo de trabalho, que terá como objetivo discutir se a alternativa é viável e qual a melhor forma de colocá-la em prática.

“O que que a gente vai tentar fazer é a Justiça terapêutica. Ao invés dele voltar pro presídio, que não vai resolver o problema, a gente vai oferecer o tratamento fechado, que é como se ele tivesse uma internação em um hospital. É como se estivesse fazendo um tratamento de saúde”, disse Tarcísio.

Falta de qualificação

Ramuth acrescentou que oferecerá aos dependentes químicos “um leque de opções de tratamentos”. Isso envolverá grupos de ajuda mútua, igrejas e organizações que já atuam na área.

A diferença em relação à abordagem já realizada será uma padronização no formato e no linguajar. O governo estadual também estuda conceder os atendimentos a uma única entidade e salientou que atualmente elas não são feitas de forma qualificada.

“O que nós queremos, inclusive, é a possibilidade dessa nova abordagem do município e do próprio estado ser feita através de uma única entidade, que vai ter uma linguagem única […] com uma qualificação para que as pessoas possam estar fazendo essa abordagem. Hoje não existe essa qualificação necessária. Vai ser uma padronização, mas uma escala acima do que a gente vê hoje”, disse o vice-governador.

Conforme noticiado pelo Metrópoles, o projeto para a região implica na reformulação do Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod). De acordo com as autoridades, o local será um hub – ou seja, um agregador – de diversas opções: uma casa de passagem com 40 vagas, onde atuarão grupos de ajuda, representantes do MP e do Judiciário.

“O hub que será criado em até 60 dias é o lugar da porta de entrada adequada”, declarou Ramuth.

Também foram anunciadas 1.000 novas vagas em comunidades terapêuticas, sendo 500 delas implementadas o quanto antes. Além disso, 264 leitos serão disponibilizados em hospitais gerais,no Instituto de Estudo de Álcool da Universidade de São Paulo (USP Cotoxó), e na Unidade Helvétia.

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