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SP fecha novo contrato milionário com firma ligada a futuro secretário

Secretário da Educação indicado por Tarcísio de Freitas vai fiscalizar contrato assinado pela pasta com empresa da qual ele foi CEO por anos

atualizado

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Foto de Renato Feder, novo secretário de Educação em SP - Metrópoles
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São Paulo – A Secretaria da Educação de São Paulo assinou um contrato de R$ 76 milhões para compra de notebooks educacionais com uma empresa ligada ao futuro secretário Renato Feder, nome escolhido pelo governador eleito Tarcísio de Freitas (Republicanos) para comandar a pasta a partir de janeiro de 2023.

O contrato com a empresa de tecnologia Multilaser Industrial S/A, da qual Feder foi co-CEO por 15 anos e integrava o conselho de administração até o mês passado, foi assinado em 21 de dezembro, com duração até dezembro de 2023. Desta forma, será Feder quem deverá fiscalizar a execução contratual de sua antiga empresa.

Ligado ao PSD, do ex-ministro e futuro secretário de Governo de Tarcísio, Gilberto Kassab, Renato Feder ocupava o cargo de secretário da Educação do Paraná, no governo de Ratinho Júnior (PSD), antes de aceitar o convite para assumir a função na gestão paulista.

Desligamento

Feder deixou a Multilaser em 30 de novembro, dez dias depois de Tarcísio confirmar o nome do ex-executivo como integrante de seu governo. Ele era membro do Conselho de Administração da empresa, posto que assumiu depois de deixar o cargo de CEO da companhia, ocupado entre 2003 e 2018.

O desligamento ocorreu no mesmo dia em que o Metrópoles o procurou questionando sobre a relação da empresa à qual ele era ligado com a secretaria que ele irá assumir.

No dia 1º de dezembro, o Metrópoles mostrou que a Multilaser recebeu R$ 192 milhões em contratos com o governo paulista, entre 2021 e 2022. Na ocasião, Feder afirmou à reportagem, por meio de sua assessoria de imprensa, que “a Multilaser não vai vender nada para o governo de São Paulo” durante sua gestão.

Mesmo assim, os contratos vigentes mantêm as relações do futuro secretário com sua antiga empresa dentro do governo – neste ano, por exemplo, a Multilaser já foi multada por atraso na entrega de equipamentos comprados.

Adversidade

A Multilaser tem capital aberto e passa por um momento de adversidade. Cerca de 20% das vendas da empresa são feitas para o poder público e o estado de São Paulo é o segundo maior comprador do país. Em 2022, as ações da empresa sofreram desvalorização de mais de 56%.

A Secretaria Estadual da Educação, que está sob a gestão do governo Rodrigo Garcia (PSDB) até o fim deste mês, informou por meio de nota que a licitação que terminou com o contrato assinado no último dia 21 teve início em maio. “Ao todo, quatro empresas, incluindo a citada (Multilaser), foram habilitadas ao fornecimento dos equipamentos. conforme o pregão eletrônico”, afirma o texto.

O texto afirma ainda que a empresa terá 60 dias para entregar os equipamentos e deverá fornecer garantia aos notebooks por 12 meses.

Contrato previsto previamente

Por meio de nota, o futuro secretário Renato Feder afirmou que o contrato de R$ 76 milhões “não foi assinado na gestão do governador Tarcísio de Freitas” e que o negócio “já estava no plano de compras do estado de São Paulo desde maio de 2022”.

Ainda segundo a nota, o contrato da Secretearia da Educação “contempla todos os principais fornecedores de tecnologia do país, e não apenas a Multilaser”. “É um contrato público, que pode ser consultado por qualquer cidadão”, afirma o texto.

Na nota, Feder reconhece que, como secretário, terá de fiscalizar o contrato com a sua antiga empresa. “Vale ressaltar que a não-entrega dos produtos pode acarretar processos tanto para o Estado quanto para a Multilaser. Todos os equipamentos devem ser entregues nos próximos meses”, informa o texto.

“Tanto Renato Feder quanto a própria Multilaser já informaram que, devido às regras de compliance da empresa, a companhia não irá participar de novas licitações no governo do Estado de São Paulo a partir de janeiro de 2023.”

A assessoria do governador eleito Tarcísio de Freitas também afirmou que não assinará contratos com a Multilaser no novo governo.

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