SP: bolsonaristas no QG do Exército ainda sonham com golpe até dia 31
Grupo de bolsonaristas acampado em frente ao QG do Exército mantém mobilização para que militares promovam golpe antes da posse de Lula
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo – A cinco dias da posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o grupo de bolsonaristas acampados em frente ao Quartel-General do Exército em São Paulo, na zona sul da capital paulista, ainda sonha com um golpe militar que impeça a saída do presidente Jair Bolsonaro (PL) do poder.
A Avenida Sargento Mario Kozel Filho, onde fica a entrada do QG, está interditada há 57 dias por causa do acampamento bolsonarista e é vigiada por equipes da Polícia Militar em suas duas pontas. A estrutura do Exército abriga o Comando Militar do Sudeste e fica ao lado da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), nas proximidades do Parque do Ibirapuera.
Em Brasília, um acampamento similar na porta do QG do Exército abrigou o grupo que promoveu atos de vandalismo contra a prisão de um aliado pela Polícia Federal (PF), no dia 12, e o bolsonarista George Washington de Oliveira Sousa, acusado de planejar um atentado a bomba próximo ao Aeroporto Internacional de Brasília.
Golpe até sábado
Em São Paulo, cerca de 70 barracas de lonas permaneciam instaladas na entrada do QG do Exército na segunda-feira (26/12), quando o Metrópoles esteve no local. No grupo de pelo menos 100 pessoas, ainda é forte a crença de que a mobilização pode impedir a posse de Lula no próximo domingo (1/1).
“Este não é um acampamento do Bolsonaro. É um acampamento de Deus, pátria e liberdade”, disse uma senhora vestida com as cores da bandeira do Brasil, aparentando cerca de 65 anos, reproduzindo o lema que o atual presidente explorou na campanha eleitoral.
A cada uma hora, o grupo promove um ato em frente aos portões do QG do Exércio. Cantam o Hino Nacional, rezam o Pai Nosso ou fazem jograis intercalando os gritos de “S.O.S.” com o de “Forças Armadas”.
Ao circular pelo local, é possível ouvir os acampados bolsonaristas falando entre si sobre a expectativa de uma ação militar até o próximo sábado (31/12), véspera da posse de Lula.
Nem mesmo as imagens dos caminhões fazendo a mudança de Bolsonaro em Brasília, que ocuparam o noticiário há cerca de dez dias, desmobilizou o grupo que clama por uma intervenção militar para manter o atual presidente no poder mesmo após a derrota nas urnas.
O acampamento conta com barracas de lonas que possuem até geradores de energia e banheiros químicos separados por gênero. Há estruturas destacadas para receber doações de água e alimentos e para distribuir refeições prontas, além de um comércio ambulante que se instalou no local e vende desde lanches até bandeiras e camisetas com frases a favor do golpe.