Quem são os mais cotados para assumir uma pasta no governo Tarcísio
Futuros secretários da gestão de Tarcísio de Freitas em São Paulo integram equipe de transição de gverno anunciada na terça-feira
atualizado
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São Paulo – A definição da equipe de transição de São Paulo, anunciada terça-feira (22/11), deu mostras não apenas de quem terá mais influência política no governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) como também intensificou o “favoritômetro” dos nomes cotados para assumir uma pasta no futuro secretariado paulista.
Aliados de Tarcísio acreditam que quase todos os 23 secretários que serão anunciados até dezembro sairão da lista dos 105 nomes escolhidos para a equipe de transição. A exceção é o ex-ministro Gilberto Kassab (PSD), que não integra oficialmente o time, mas deve assumir uma “supersecretaria” na gestão Tarcísio.
Kassab, aliás, emplacou vários aliados na equipe que organiza a passagem de bastão do atual governo de Rodrigo Garcia (PSDB). Alguns deles são dados como nomes certos no primeiro escalão do governo Tarcísio, que toma posse no dia 1º de janeiro de 2023.
Tarcísio já disse publicamente que não irá alterar o número de secretarias que herdará da gestão de João Doria e Rodrgio Garcia, mas adiantou a aliados que fará mudanças na formatação do governo, fundindo algumas pastas e criando novas secretarias.
A tendência é de que a divisão das atribuições do futuro secretariado seja mais parecida com o modelo de dez anos atrás, no governo de Geraldo Alckmin (PSB), atual vice-presidente eleito. À época, o vice-governador era Guilherme Afif, que hoje coordena a equipe de transição de Tarcísio.
A seguir, o Metrópoles lista os nomes mais cotados para as principais secretarias, de acordo com integrantes da equipe de transição ouvidos pela reportagem.
Casa Civil
Pasta central do governo, responsável pela articulação política com a Assembleia Legislativa, ela deve ser fundida com a pasta de Desenvolvimento Regional, que controla a liberação de recursos para as prefeituras, para abrigar Gilberto Kassab, um dos fiadores da campanha de Tarcísio ao governo.
Governo
Responsável por planejar os principais programas de governo, a secretaria é o destino mais provável do ex-ministro Guilherme Afif, que coordenou o plano de governo de Tarcísio na campanha e lidera a equipe de transição e tem assento garantido no secretariado. Caso a Secretaria de Governo também seja incorporada pela Casa Civil, como era no passado, Afif poderá comandar a pasta de Planejamento ou de Projetos e Ações Estratégicas.
Fazenda
Ex-assessor do ministro da Economia, Paulo Guedes, o economista Samuel Kinoshita coordenou toda a área econômica do programa de governo de Tarcísio na campanha é considerado por aliados do governador eleito o próximo secretário da Fazenda de São Paulo.
Educação
A Secretaria da Educação é a única até o momento que já tem nome certo, confirmado publicamente pelo governador eleito. É o empresário e administrador Renato Feder, que deixou a pasta da Educação do governo do Paraná para integrar a equipe de transição antes assumir a nova função em São Paulo.
Saúde
Embora não tenha confirmado oficialmente, Tarcísio já sinalizou durante a campanha que a pasta deve ser comandada pelo ex-deputado Eleuses Paiva (PSD), aliado de Kassab que participou da formulação do plano de governo na campanha na área da Saúde.
Infraestrutura
Área na qual Tarcísio se destacou como ministro do governo de Jair Bolsonaro, a Infraestrutura ficará sob o comando de um homem de confiança do governador eleito. O mais cotado para a pasta é Rafael Benini, que foi diretor da Empresa de Planejamento e Logística (EPL) do Ministério de Infraestrutura na gestão Tarcísio. Antes, ele também foi diretor da Agência Reguladora de Transportes de São Paulo (Artesp).
Outro nome cogitado para o posto é o do advogado Arthur Pinho de Lima, ex-presidente da EPL, que também pode atuar como secretário particular do governador eleito, tamanha a proximidade e confiança que ele tem com Tarcísio. No governo Doria, a pasta foi fundida com a Secretaria do Meio Ambiente. A tendência é de que ela seja desatrelada da pasta ambiental e fundida com a de Logística e Transportes, modelo semelhante ao do governo federal.
Transportes Metropolitanos
Pasta altamente cobiçada por executar obras bilionárias de linhas de trem e metrô, a Secretaria dos Transportes Metropolitanos deve ficar com outro aliado de Kassab. O nome mais forte no páreo é de Marcelo Branco, que já foi secretário de Transportes da Prefeitura, na gestão Kassab. Além dele, outro ex-secretário kassabista, Elton Santa Fé Zacarias, pode assumir o comando do Metrô ou da CPTM.
Segurança Pública
Área dominado pelo bolsonarismo, a Secretaria da Segurança Pública deve ficar sob o comando do deputado federal Capitão Derrite (PL), aliado de Bolsonaro que apoiou Tarcísio desde o início da pré-campanha. Outro nome de peso escolhido para o setor na equipe de transição, o ex-secretário Antonio Ferreira Pinto pode reassumir a Secretaria da Administração Penitenciária, que ele ajudou a criar. Ele tem fama de linha dura contra o Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa que Tarcísio prometeu combater durante a campanha.
Desenvolvimento Econômico
Responsável pela gestão das escolas técnicas e faculdades tecnológicas, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico deve abrigar o atual vice-governador eleito, Felício Ramuth (PSD), que foi prefeito de São José dos Campos, um dos polos tecnológicos do estado. A solução seria a mesma que foi adotada por Alckmin em 2015, quando colocou seu vice à época, Márcio França, para comandar a pasta que cuida dos projetos que são vitrines do governo.
Gestão
Para a secretaria responsável pela gestão da máquina paulista, o nome mais cotado é de Bruno D’Abadia, que acabou de deixar a Secretaria de Administração do governo de Ronaldo Caiado (União) em Goiás. Assim como Tarcísio, ele também é servidor concursado da Câmara dos Deputados, em Brasília.
Desenvolvimento Social
No grupo que cuidará da assistência social na equipe de transição, Tarcísio priorizou políticos evangélicos. Entre eles, o mais cotado para assumir a pasta em 2023 é o vereador Gilberto Nascimento Jr. (PSC), aliado de primeira hora na campanha de Tarcísio e que também já foi secretário da área no governo tucano.
Esportes
Dois nomes do Republicanos, partido de Tarcísio, despontam como os favoritos para comandar a Secretaria de Esportes. O primeiro deles é Aildo Rodrigues, que já comandou a pasta no governo do PSDB. O segundo é o da ex-atleta Maurren Maggi, que já foi candidata ao Senado e tentou concorrer a deputada neste ano, mas teve o registro indeferido pela Justiça Eleitoral. A nomeação de Maurren, segundo aliados de Tarcísio, ajudaria o governador eleito e aumentar a participação feminina no secretariado.
Turismo
Outro filiado ao Republicanos e ex-secretário de governo tucano, o pastor evangélico e deputado federal Roberto Lucena é o principal nome citado para comandar a Secretaria de Turismo no estado, setor que Tarcísio prometeu alavancar durante a campanha.
Agricultura
Dois empresários do agronegócio lideram a bolsa de apostas para assumir a Secretaria da Agricultura, outra área cara ao bolsonarismo que ajudou a eleger Tarcísio: João Sampaio, que é membro da Sociedade Rural Brasileira, e Guilherme Piai, que também tentou se eleger deputado federal neste ano pelo Republicanos de Tarcísio.
Mulher e Direitos Humanos
Desde o início da transição de governo, na semana passada, aliados de Tarcísio têm dito que o governador eleito estuda replicar em São Paulo a estrutura do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, que foi comandado pela ex-ministra bolsonarista Damares Alves (Republicanos), eleita senadora pelo Distrito Federal. Neste caso, duas candidaturas se destacam como favoritas a ocupar o posto: a vereadora Sonaira Fernandes (Republicanos) e a deputada federal Rosana Valle (PL). A nomeação de Sonaira, que foi assessora do deputado Eduardo Bolsonaro, seria um importante aceno político de Tarcísio ao clã bolsonarista que ajudou a elegê-lo.