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Pupilo de Valdemar colhe “votos” de bolsonaristas para presidir Alesp

Adesão de bolsonaristas do PL à candidatura de André do Prado, do PL,, ocorre após Tarcísio de Freitas fechar acordo com Valdemar Costa Neto

atualizado

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André do Prado e Tarcísio de Freitas
1 de 1 André do Prado e Tarcísio de Freitas - Foto: Reprodução/Instagram

São Paulo – Com as bênçãos do governador eleito Tarcísio de Freitas (Republicanos), o deputado estadual André do Prado (PL) começou a coletar assinaturas de apoio dentro do próprio partido para lançar-se presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), em março do ano que vem.

A lista já conta com a adesão de deputados da ala bolsonarista da sigla, que endossam a candidatura a contragosto – André do Prado é apadrinhado pelo presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto, e apoiou o atual governador paulista Rodrigo Garcia (PSDB) contra Tarcísio no primeiro turno da eleição estadual.

Os deputados bolsonaristas esperavam que Tarcísio desse sinal verde para que Major Mecca ou Gil Diniz, apoiadores da candidatura do ex-ministro desde a pré-campanha, disputassem a presidência da Casa. Tradicionalmente, o apoio do governador paulista tem forte influência na eleição do Legislativo.

Tarcísio justificou aos aliados que seu apoio a André do Prado é uma retribuição à solidariedade demonstrada por Valdemar com o presidente Jair Bolsonaro (PL), após a derrota nas urnas. Valdemar prometeu colocar Bolsonaro como presidente de honra do PL e bancar salário, casa e advogados ao atual chefe do Executivo a partir de 2023, quando ele ficará sem mandato.

A decisão do governador eleito ocorre num momento em que ele vem se distanciando do bolsonarismo para adotar uma imagem mais moderada.

Divisão interna

Apesar de ser a maior bancada da Alesp para a próxima legislatura, com 19 deputados eleitos entre as 94 cadeiras na Casa, o PL enfrenta divisões internas.

De um lado, há os liberais alinhados com Valdemar, que integram a sigla há anos, e a autointitulam “PL raiz”. Do outro, há bolsonaristas que migraram para o partido junto de Bolsonaro, em 2021, e seguem a agenda do atual presidente.

Atualmente, o grupo bolsonarista é maioria, com 11 deputados contra 8 da ala mais próxima de Valdemar. Os aliados de Bolsonaro não gostaram da indicação de André do Prado, mas decidiram apoiá-lo para manter a bancada unida no início do mandato.

Para o afilhado de Valdemar, colher assinaturas de apoio dentro da bancada neste momento é uma forma inibir que outro deputado do PL tente articular uma candidatura alternativa à presidência da Assembleia e também de mostrar força política para atrair o apoio de outras bancadas.

A lista de apoio ainda não foi enviada a outros partidos, mas André do Prado é visto internamente como o favorito na disputa. Tradicionalmente, os partidos fecham um acordo que prevê a distribuição dos cargos na Mesa Diretora conforme o tamanho das bancadas. Como será a maior delas, em 2023, o PL ficaria com a presidência.

Negociações com o PT

Oficialmente, o pupilo de Valdemar ainda não procurou o PT, que apresenta a segunda maior bancada da Casa, com 18 parlamentares. Mas, nos bastidores, ele já vem abordando alguns petistas para reforçar a sua candidatura.

Os petistas já sinalizaram o apoio em troca da 1ª Secretaria, considerada a “prefeitura da Assembleia”, por gerir os contratos da Casa. Há mais de 20 anos o posto é ocupado por um petista, nos acordos feitos com o PSDB no passado.

Outros deputados que também querem a presidência da Alesp são o atual presidente da Casa, Carlão Pignatari (PSDB), e Gilmaci Santos (Republicanos), correligionário de Tarcísio.

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