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“Não tem porteira fechada para ninguém”, diz Afif sobre cargos em SP

Coordenador da transição de Tarcísio, Guilherme Afif sinaliza com indicações políticas para o secretariado, com base no “currículo” técnico

atualizado

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Vinícius Rosa/Divulgação
Tarcísio de Freitas
1 de 1 Tarcísio de Freitas - Foto: Vinícius Rosa/Divulgação

São Paulo – Com quase um terço do secretariado de Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciado, o coordenador do gabinete de transição, Guilherme Afif, sinalizou que ainda há espaço para acomodar aliados de todos os espectros no governo.

“Não tem porteira fechada para ninguém”, declarou Afif nessa terça-feira (6/12), a respeito de indicações políticas para o secretariado de Tarcísio. Segundo ele, os nomes poderão ser aceitos pelo governador eleito desde que os currículos dos indicados façam juz ao cargo pleiteado.

“Pelos anúncios feitos, todos são de altíssimo nível técnico. Foi a promessa do nosso governador. Logicamente, você está no governo político, para tanto existe uma secretaria de governo que vai cuidar da negociação, da conversação com partidos desde que o indicado tenha currículo para a missão”, disse Afif.

Tarcísio foi eleito com uma coligação formada por seis partidos, com destaque para o Republicanos, partido dele, PL, legenda de Bolsonaro, e PSD, de Gilberto Kassab. No segundo turno, mais cinco partidos aderiram à campanha do ex-ministro, entre elas o PSDB, MDB e União Brasil.

Afastamento do bolsonarismo

A fala de Afif saiu em meio à repercussão do descolamento de Tarcísio do presidente Jair Bolsonaro (PL).

O governador eleito, cuja candidatura foi lançada pelo próprio presiddente da República, disse à CNN Brasil “nunca” ter sido “bolsonarista raiz” e pouco incluiu aliados mais ferrenhos de Bolsonaro no governo de transição.

Questionado sobre a postura de Tarcísio, Afif minimizou a declaração:

“Ele disse o que existe: ‘Eu não sou um bolsonarista de raiz. Sou bolsonarista’. De raiz são aqueles que militavam no bolsonarismo até antes que o próprio governo.”

Apenas um “bolsonarista raiz”

Dos dez secretários anunciados até o momento, apenas um se enquadra na descrição de “bolsonarista raiz”: o deputado federal Guilherme Derrite (PL-SP), conhecido como Capitão Derrite, que assumirá a Segurança Pública.

Apesar de ser aliado de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho 03 do presidente, Derrite é outro que vem adotando uma postura mais branda desde as eleições e a relação de proximidade que ele tem com Tarcísio tem levado bolsonaristas a considerá-lo uma nomeação da “cota pessoal” do governador.

Já os deputados eleitos Ricardo Salles (PL-SP) e Mário Frias (PL-SP), que foram ministros de Bolsonaro junto de Tarcísio e dividiram o palanque com ele ao longo da campanha eleitoral, foram escanteados dos planos do governador eleito para 2023.

Secretários

Ganharam espaço na primeira leva de nomeações do governo, personagens de formação militar que são mais próximos de Tarcísio do que de Bolsonaro, como o advogado Arthur Lima (Casa Civil) e o Coronel Sérgio Codelo, que será superintendente do Departamento de Estradas de Rodagem (DER). Os dois – assim como Tarcísio – passaram pela Academia Militar das Agulhas Negras (Aman).

Outros nomes de confiança que trabalharam com Tarcísio anteriormente e assumirão uma pasta no governo paulista são o da jornalista Lais Vita (Comunicação) e o da procuradora Natalia Resende (Infraestrutura, Meio Ambiente, Logística e Transportes).

Três dos futuros secretários que compõem o governo foram escolhidos por meio de acordos partidários: Gilberto Kassab (PSD), Roberto de Lucena (Republicanos) e o próprio Derrite, cujo partido, o PL, terá a maior bancada da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) no próximo ano, com 19 parlamentares.

Guilherme Afif divulgou também que o próximo secretário da Fazenda será anunciado nesta quarta-feira (7/12). O nome mais cotado é o do economista Samuel Kinoshita, ex-assessor especial do Ministério da Economia e coordenador do plano econômico de Tarcísio durante as eleições.

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