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PM condenado no massacre do Carandiru é motorista de senador de SP

Roberto Lino Soares Penna foi um dos 25 policiais militares condenados a 624 anos de prisão pela morte de detentos no 2º andar do Carandiru

atualizado

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Roque de Sá/Agência Senado
Senador Giordano
1 de 1 Senador Giordano - Foto: Roque de Sá/Agência Senado

São Paulo – Um dos 74 policiais militares condenados pelo massacre do Carandiru, ocorrido em 1992 no antigo presídio paulista, está lotado como motorista no gabinete do senador Alexandre Giordano (MDB-SP).

Roberto Lino Soares Penna, de 54 anos, era soldado da Polícia Militar, quando ocorreu o massacre que matou 111 detentos no pavilhão 9 do Carandiru, na zona norte da capital.

Ele está lotado desde o ano passado no gabinete de Giordano, empresário da zona norte paulistana que assumiu a cadeira no Senado como suplente de Major Olímpio (PSL-SP), morto em março de 2021, após contrair Covid-19.

Em 2013, Roberto Penna foi sentenciado a 624 anos de prisão em regime fechado, juntamente com outros 24 policiais, pela morte de 54 presos, mas recebeu autorização – assim como os outros agentes – para aguardar o desfecho do processo em liberdade.

Como a defesa dos policiais entrou com diversos recursos, questionando, sobretudo, o rigor aplicado às penas, o processo ainda não transitou em julgado – ou seja, até agora não teve um fim definitivo perante a Justiça.

Em dezembro de 2022, o então presidente Jair Bolsonaro (PL) concedeu indulto de Natal aos PMs envolvidos na chacina, mas o decreto foi suspenso de forma liminar pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Já o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) suspendeu, em 31 de janeiro, o julgamento que pode decretar a prisão dos PMs condenados pelo massacre.

Na Câmara dos Deputados, tramita projeto de lei para anistiar os policiais, de autoria do deputado bolsonarista Capitão Augusto (PL-SP).

Aposentadoria de R$ 14 mil

Soldado na época do massacre, Roberto Penna se aposentou em maio de 2015, como terceiro-sargento. Um ano antes, ele recebeu do governo paulista a medalha “Valor Militar” por mais de 20 anos de serviços à PM.

A aposentadoria que Penna recebe como PM reformado é de R$ 14.061,72. Já no cargo de motorista do senador Giordano, o salário líquido é de R$ 3.761,11 – ele também recebe um adicional de R$ 982,29 referente ao auxílio-alimentação.

Procurado pelo Metrópoles, Giordano disse, por meio de nota, que “tem ciência” de que Penna é um policial militar aposentado e pontuou que o motorista “desempenha suas funções de assessor” no gabinete “de forma satisfatória”.

Questionado sobre a participação de Penna no massacre do Carandiru, o senador afirmou não ter “maiores informações sobre o referido processo para emissão de juízo de valor”.

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