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Investigado por elo com PCC aborda Derrite para falar sobre inquérito

Ex-deputado cassado, Valdevan Noventa aparece em gabinete de transição e constrange futuro secretário da Segurança do governo Tarcísio

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Divulgação/Câmara dos Deputados
Valdevan Noventa
1 de 1 Valdevan Noventa - Foto: Divulgação/Câmara dos Deputados

São Paulo – Investigado por suposta ligação com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), o ex-deputado cassado Valdevan Noventa (PL-SE) procurou o futuro secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite (PL-SP), nesta quarta-feira (7/12) para conversar.

Valdevan apareceu por volta 15h no gabinete de transição do governo de São Paulo, onde trabalha a equipe do governador eleito Tarcísio de Freitas (Republicanos), no centro da capital paulista. Segundo a assessoria do futuro secretário, o ex-deputado “apareceu por lá sem a anuência de Derrite, de surpresa” para falar sobre uma investigação.

“Derrite cortou o assunto dizendo que não há a menor possibilidade dele causar qualquer tipo de ingerência nas polícias e não quer tratar sobre esse tipo de assunto”, afirmou a assessoria de Derrite, que é deputado federal e filiado ao mesmo partido de Valdeva, o PL.

Procurado pelo Metrópoles, Valdevan ironizou a pergunta sobre o que o levou até o gabinete de transição do governo paulista. Ele disse ser amigo de Derrite e afirmou que retornará ao local e também em outros “departamentos do governo” na gestão Tarcísio.

“Por que eu tenho que vender a informação do que eu tenho que fazer, do que eu deixo de fazer? Agora não posso dar um passo? E vou voltar outras vezes aí, não só na transição como também em alguns departamentos do governo, tá bom? Afinal de contas, sou ex-deputado, companheiro de Câmara do Derrite. Se damos [sic] muito bem, se demos [sic] muito bem no mandato, temos uma longa amizade”

Eleito deputado na prisão

Valdevan foi eleito deputado federal pelo PSC em 2018, sendo um dos aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) na ocasião. Ele estava preso na ocasião da eleição, tendo sido detido em julho daquele ano sob a acusação de usar laranjas em sua prestação de contas de campanha.

Em 2019, deixou a cadeia para tomar posse em Brasília. Em 2020, a Justiça Eleitoral cassou o mandato dele por identificar o uso de recursos ilícitos na campanha. A cassação foi anulada em junho deste ano pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Kassio Nunes Marques.

No entanto, a decisão foi revertida pela Segunda Turma do Supremo, por 3 votos a 2 – apenas Nunes Marques e André Mendonça, ambos indicados por Bolsonaro, foram a favor de devolver o mandato.

Elo com o PCC

O ex-deputado também foi investigado pela Polícia Federal por suposta ligação com o PCC, algo que nunca foi confirmado.

A polícia investigava a possível infiltração da facção no Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (SindMotoristas), do qual Valdevan foi presidente.

Noventa também foi alvo de ação da Polícia Civil, que passou a investigá-lo após receber denúncias de funcionários das empresas de transporte.

Entre as acusações, constavam lavagem de dinheiro, extorsão, ocultação de bens e até ameaça de morte. A apuração mirava o enriquecimento ilícito das lideranças sindicais.

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