Fala de Michelle pelo fim da cota para mulheres na política causa desconforto
Empossada por Michelle Bolsonaro no PL Mulher de SP, deputada Rosana Valle se mostrou desconfortável em comentar fala para “erradicar” cota
atualizado
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São Paulo — Empossada por Michelle Bolsonaro neste sábado (6/5) no comando do PL Mulher em São Paulo, a deputada federal Rosana Valle (PL) se mostrou desconfortável em comentar a defesa feita pelo ex-primeira-dama para “erradicar a cota de 30%” para mulheres na política.
Durante a posse de Rosana, na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), na capital paulista, Michelle, que é presidente nacional do PL Mulher, defendeu o fim da cota criada para estimular a participação feminina na política.
“Visando identificar novas lideranças, nós queremos, presidente Valdemar (Costa Neto), erradicar a cota dos 30%. Nós queremos a mulher na política pelo seu potencial”, disse Michelle.
Ao ser questionada pelo Metrópoles sobre a declaração da ex-primeira-dama, Rosana disse primeiro que não poderia comentar porque não ouviu a fala de Michelle, embora estivesse próxima a ela no palco. Depois, afirmou que a intenção do partido é fortalecer a participação feminina.
“Na minha função, como deputada, eu estou empenhada em fortalecer candidaturas femininas. E sei que o PL também tem esse objetivo, de colocar cada vez mais mulheres na política. É isso que estou fazendo”, disse.
O Metrópoles perguntou, então, se ela considera a cota importante para essa finalidade. “Creio que sim, creio que sim”, disse Rosana, sem se estender no assunto.
Após novo questionamento sobre a declaração de Michelle, a presidente estadual do PL Mulher respondeu: “O ideal seria que não tivesse (cota), mas como ainda somos poucas (mulheres), temos pouca representatividade na política, então, é uma questão para ser discutida. Preciso pensar sobre esse tema para emitir minha opinião depois”, disse.
A deputada disse que é possível que Michelle tenha falado em “erradicar a cota de 30%” no sentido de que ela não seja necessária no futuro.
“A gente espera que no futuro não precise, que tenha participação igualitária de homens e mulheres, assim como é na sociedade. Facilitando a entrada da mulher na política, aos poucos, um dia não vai precisar mais de cota”, disse.