Equipe de Tarcísio indica peso de Bolsonaro e Kassab no futuro governo
Relação de integrantes da equipe de transição de Tarcísio, divulgada nesta terça-feira (22/11), mostra grau de influência na próxima gestão
atualizado
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São Paulo – O anúncio dos 105 nomes escolhidos para a equipe de transição em São Paulo, feito nesta terça-feira (22/11) na capital paulista, indica o peso que o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-ministro Gilberto Kassab (PSD) terão no futuro governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Tanto Bolsonaro quanto Kassab tiveram papel determinante na vitória de Tarcísio sobre o petista Fernando Haddad. Foi graças à popularidade de Bolsonaro que Tarcísio chegou ao segundo turno, desbancando o atual governador Rodrigo Garcia (PSDB). O triunfo nas urnas também foi pavimentado pela articulação política de Kassab.
Os nomes da equipe de transição indicam que Kassab terá uma influência maior do que Bolsonaro no governo Tarcísio. O ex-prefeito da capital emplacou quatro ex-secretários e vários aliados no time que organizará a passagem de bastão, com foco nas áreas de Gestão, Habitação, Infraestrutura, Transportes e Saúde.
Um deles, o ex-deputado Eleuses Paiva, já é dado como nome certo no comando da Secretaria da Saúde. Nelson Harvey Costa, Marcelo Branco, Miguel Bucalem e Ricardo Pereira Leite, todos secretários de Kassab na Prefeitura de Sâo Paulo (2006-2012), são cotados para cargos de primeiro e segundo escalões ou para chefiar estatais.
O próprio ex-ministro de Dilma Rousseff e Michel Temer deve ter lugar de destaque no secretariado de Tarcísio, chefiando a Casa Civil ou outra pasta estratégica na administração. Coordenador do plano de governo e da equipe de transição, Guilherme Afif, outro aliado de Kassab, também tem assento garantido na cúpula do futuro governo.
Bolsonaristas
Já a lista de aliados do presidente Jair Bolsonaro escolhidos para a transição de governo paulista se restringe a nomes do bolsonarismo paulista que já eram próximos de Tarcísio ou que são apadrinhados pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL), filho 03 do presidente da República. Eduardo se reuniu por uma hora e meia com Tarcísio na tarde de segunda-feira (21/11), antes do anúncio da equipe de transição.
Na lista estão o deputado federal Capitão Derrite (PL), os deputados estaduais Frederico D’Ávila (PL) e Valéria Bolsonaro (PL), a vereadora Sonaira Fernandes (Republicanos), ex-assessora de Eduardo, e o Coronel Mello Araújo, presidente da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp).
Segundo aliados de Tarcísio, da lista de bolsonaristas escolhidos para o grupo de transição apenas Derrite teria chances reais de ocupar um cargo no primeiro escalão do governo que toma posse em janeiro. Ele é o nome mais cotado para comandar a Secretaria da Segurança Pública.
Evangélicos e primeira-dama
A exemplo do que o presidente Jair Bolsonaro fez no governo federal, Tarcísio também deu espaço para lideranças evangélicas no grupo de transição responsável pelas áreas de Desenvolvimento Social, Mulheres e Direitos da Pessoa com Deficiência.
Entre os 13 nomes apresentados no grupo estão o do deputado federal Cesinha de Madureira (PSD), aliado de Kassab e Bolsonaro e liderança da igreja Assembleia de Deus, e do vereador Gilberto Nascimento Júnior (PSC), que já foi secretário na pasta social no governo de Márcio França (PSB).
A relação traz ainda o nome da primeira-dama Cristiane Freitas, que chegou a ter um cargo na Embratur no governo Bolsonaro. Durante o período eleitoral, a mulher de Tarcísio acompanhou o marido em vários atos de campanha e deve assumir o Fundo Social de São Paulo, historicamente presidido pela primeira-dama do estado.