Em SP, Lula volta a atacar juros e convoca “soldados” contra fake news
Presidente Lula participou de ato do Dia do Trabalhador organizado pelas centrais sindicais no centro de SP, nesta segunda-feira (1º/5)
atualizado
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São Paulo — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a fazer críticas à taxa de juros praticada pelo Banco Central (BC), durante ato organizado pelas centrais sindicais no centro de São Paulo nesta segunda-feira (1º/5), e convocou seus apoiadores a virarem soldados contra as fake news.
“A gente não pode viver mais em um país onde a taxa de juros não controla a inflação. Ela controla, na verdade, o desemprego nesse país, porque ela é a responsável por uma parte da situação em que vivemos hoje”, disse Lula, em palanque montado pelas centrais no Vale do Anhangabaú, no centro da capital paulista.
O presidente falou por pouco mais de 15 minutos e destacou algumas medidas voltadas aos trabalhadores e adotadas nos quatro primeiros meses de governo, como o reajuste do salário mínimo para R$ 1.320, e a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 2.640.
Fake news e prisões de golpistas
Lula também convocou seus apoiadores a virarem “soldados” contra as fake news e prometeu que todas as pessoas que participaram da tentativa de golpe no dia 8 de janeiro em Brasília serão presas.
“Eu queria convidar todo mundo a virar soldado contra as ‘fake news’. A gente não pode permitir que a mentira continue prevalecendo neste país. Cada companheiro que tem um celular precisa ficar atento, precisa ficar esperto. Não pode mandar mensagem mentirosa, não pode passar para frente aquilo que você sabe que pode prejudicar a pessoa”, disse o presidente.
Lula continuou: “A mentira nunca levou ninguém a lugar nenhum, e foi a verdade que derrotou o ex-presidente da República”. “Eles tentaram dar um golpe no dia 8 (de janeiro). Todas as pessoas que tentaram dar um golpe serão presas, porque esse país tem democracia de verdade”, afirmou Lula.
Promessas
O presidente também prometeu destinar R$ 23 bilhões a investimentos públicos neste ano, com o objetivo de retomar o crescimento econômico e a geração de emprego, ante o que disse ter sido R$ 20 bilhões em todo o governo de Jair Bolsonaro (PL).
Lula citou, neste contexto, a retomada do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), programa que ele prometeu relançar, e disse que suas viagens para Argentina, Estados Unidos e China, além de viagem que deve fazer neste mês à Inglaterra, visam apresentar projetos do programa a investidores estrangeiros.
Em pronunciamento para um público formado majoritariamente por militantes sindicais, Lula prometeu ainda a construção de uma universidade federal na zona leste de São Paulo, outra no município de Osasco, na região metropolitana, e o término das obras da Universidade Federal do ABC, que estão paradas em São Bernardo do Campo, berço político do presidente.
Lula mencionou ainda a criação de uma legislação para garantir “um compromisso de seguridade social” para pessoas que trabalham com aplicativos e que não querem um registro formal na carteira de trabalho. O tema é ponto de atrito nas discussões sobre a regularização do setor, como os motoristas de aplicativo e os entregadores.
“Nós vamos voltar a criar muitos empregos. Não tem problema que o cara trabalha em aplicativo. Muitas vezes o cara não quer assinar a carteira. Não tem problema. O que nós queremos é que a pessoa que trabalha com aplicativo tenha um compromisso de seguridade social. Porque, se ele ou ela ficar doente, tem que ter cobertura para essas pessoas serem tratadas. E é isso que nós vamos fazer”, disse o presidente.