Em SP, Eduardo Leite compara Lula a Dilma e questiona perfil de Haddad
Presidente do PSDB e governador do RS, Eduardo Leite diz que governo Lula traz incertezas e o compara à gestão de Dilma Rousseff
atualizado
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São Paulo – O governador do Rio Grande do Sul e presidente do PSDB, Eduardo Leite, afirmou na tarde desta quarta-feira (1/2) que o começo de governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vem trazendo incertezas que geram apreensões de que os rumos da economia podem adotar o caminho da recessão observada no segundo mandato de Dilma Rousseff (PT), que registrou recessão em 2015 e 2016.
Leite também questionou o histórico do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com relação à atuação econômica, o que reforçaria, na opinião dele, essas incertezas.
“As incertezas sobre quais serão os rumos da política fiscal desse governo geram apreensão e retraem investimentos no país”, disse o governador. “Lula será Lula 1, Lula 2 ou será Dilma? Há sinais de que o novo governo se assemelhe mais ao que foi o governo Dilma, no qual o Brasil encolheu, um governo que levou o país à maior recessão de sua história”, afirmou.
O governador do Rio Grande do Sul também defendeu que Lula tome a dianteira das articulações para aprovação da reforma tributária e disse que, se essas negociações forem feitas pelo segundo escalão do governo, ele acredita que haverá dificuldades na aprovação.
As falas ocorreram para um grupo de convidados do banco de investimentos Credit Suisse, que realizou um evento em um hotel da zona sul de São Paulo.
Sobre Haddad, o governador gaúcho disse que o respeitava e que via “boas intenções” no ex-prefeito da capital, mas que lhe faltava experiência para passar confiança ao mercado.
“Eu respeito o ministro Haddad, acho um acadêmico e um político com boas intenções. Mas não há um retrospecto que nos permita analisar, que a gente saiba como ele pensa”, afirmou.
PSDB em crise
Leite, que assumiu seu partido de forma interina, comentou também recentes baixas que a legenda teve no Estado.
Sem citar os nomes da senadora Mara Gabrilli, que trocou de partido pelo PSD, e a ex-deputada Joice Hasselmann, que saiu da sigla na quarta (31/1) em meio a uma troca de farpas com o diretório local do partido, ele disse ser “natural” a redução do tamanho da legenda após a perda do governo de São Paulo.
“Naturalmente, não ter o governo do Estado vai impor uma série de dificuldades do ponto de vista quantitativo. A gente espera aprimorar e garantir o partido do ponto de vista qualitativo. Aqui no Estado, vamos ter uma eventual defecção aqui ou ali”, afirmou.
Leite defendeu que o partido faça discussões internas sobre bandeiras e a agenda do partido antes de indicar a nova composição do diretório estadual de São Paulo – que já marcou eleições internas para o dia 2 de abril.
“Anteriormente às eleições é importante nós fazermos um congresso de discussão do partido, fóruns e seminários que ajudem a promover as discussões sobre as agendas e as bandeiras para aí então partirmos para as eleições estaduais. Isso vou discutir com a Executiva (nacional) o melhor cronograma para a gente fazer isso”, afirmou.