Do PL de Bolsonaro, novo presidente da Alesp promete “coibir excessos”

São Paulo – Eleito presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) na tarde desta quarta-feira (15/3), o deputado André do Prado é do mesmo partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, o PL, e embora credite o crescimento da sigla a Bolsonaro, afirmou que promete “coibir os excessos” após a última legislatura da Casa ter sido marcada por diversas polêmicas – algumas delas envolvendo deputados bolsonaristas.

“O regimento tem que ser cumprido à risca e deixei isso muito claro no meu discurso. Os excessos serão coibidos. Vamos trabalhar em linha de harmonia. A liberdade de expressão existe, mas vamos procurar manter essa harmonia”, afirmou ele logo após sua eleição.

Segundo André do Prado, “todas as pautas serão respeitadas, sempre observando os limites regimentais”.

Na última legislatura, o plenário da Assembleia protagonizou brigas, acusações de assédio e racismo, além da cassação do ex-deputado Arthur do Val, o Mamãe Falei, por falas sexistas sobre mulheres ucranianas. O caso foi revelado pela coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles. Foi a primeira vez em 23 anos que um deputado foi cassado na Casa.

Um levantamento do Conselho de Ética da Alesp, divulgado pela TV Globo, indica que a última legislatura teve 93 representações contra parlamentares. Só nos últimos quatro anos, houve polêmicas como o caso em que o ex-deputado Fernando Cury apalpou a colega Isa Penna no plenário da Casa e teve o mandato suspenso por seis meses.

Outra situação foi quando o deputado Gil Diniz (PL) tentou impedir Arthur do Val de fazer uma transmissão ao vivo. O bolsonarista tentou tirar o celular das mãos de Do Val e a situação gerou reclamações de ambos os lados.

Arthur do Val também protagonizou outro episódio polêmico, em briga contra o deputado Teonilio Barba (PT), eleito nesta quarta o 1º Secretario da Mesa Diretora.

PL cresceu graças a Bolsonaro

“O presidente Bolsonaro veio para o nosso partido nas últimas eleições e devido a sua vinda o PL é o maior partido do Brasil. Temos a maior quantidade de deputados aqui na Alesp, a maior na Câmara Federal”, declarou André quando questionado se é um deputado bolsonarista.

“O PL só cresceu devido a vinda do Bolsonaro ao nosso partido”, disse André.

Filiado ao PL desde antes de Bolsonaro, o parlamentar é pupilo do presidente nacional da sigla, Valdemar Costa Neto, a quem agradeceu o apoio nas eleições. Descrito como pragmático e discreto, possui boas relações com outros partidos, incluindo o PT, que polariza nacionalmente com o PL.

André é apontado como integrante da “ala Valdemar” do PL, com quadros que não se identificam com o bolsonarismo e que apresentam atuação mais fisiológica. Em sua primeira entrevista concedida após a eleição, ele declarou que fugirá das pautas de costumes, normalmente caras aos bolsonaristas.

“Sou um deputado que tem foco no trabalho no dia a dia e não em costumes e ideologia. Sou um deputado que trabalha na ponta, de acordo com cada necessidade”, afirmou.