Dimas Covas deixa Instituto Butantan em meio a investigações do TCE
Gestão do agora ex-presidente do Instituto Butantan é investigada pelo Tribunal de Contas por contratos milionários assinados sem licitação
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo – O presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, pediu demissão do cargo nesta quarta-feira (30/11) em meio a investigações conduzidas pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) sobre contratos milionários assinados sem licitação pela entidade.
Segundo o governo de São Paulo, Covas assumirá um cargo na Fundação Butantan, entidade privada que presta apoio ao instituto, que é público.
“O professor Dimas Covas pediu sua exoneração, que foi aceita pela Secretaria de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde, à qual o Instituto Butantan é vinculado. Sendo assim, Dimas deixou a direção do Instituto Butantan em 11 de novembro, na mesma data em que se deu a sua nomeação para a Fundação Butantan. A publicação ocorrerá nos próximos dias no Diário Oficial do Estado, com data retroativa”, diz nota da gestão Rodrigo Garcia (PSDB).
Segundo o portal G1, que revelou o caso, a demissão de Covas se deu em meio a apurações sobre superfaturamento de contratos assinados sem licitação. Em um dos processos sob análise, assinados com uma empresa de tecnologia, a conselheira Cristiana de Castro Moraes afirma não ver razão para três contratos terem sido assinados com a dispensa de uma concorrência pública regular.
“A Inexigibilidade (de licitação) se aplica quando houver inviabilidade de competição, não se tratando, todavia, do caso em apreço”, escreveu a conselheira.
Dimas Covas dirigia o Butantan desde 2017 e foi um dos rostos da iniciativa do instituto em produzir uma vacina para combater a epidemia de covid-19. Ele foi um dos encarregados da negociação que tornou possível a importação e a distribuição da Coronavac, imunizante chinês que se tornou a primeira vacina a ser aplicada para a prevenção de mortes causadas pela doença entre a população brasileira.