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Cunhado de Tarcísio assume cargo de R$ 21 mil de “faz-tudo” de Doria

Cunhado do governador Tarcísio ficará com vaga de ex-articulador político de Doria; irmão de Michelle Bolsonaro vai ganhar R$ 19 mil

atualizado

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Governo do Estado de São Paulo
Tarcísio de Freitas
1 de 1 Tarcísio de Freitas - Foto: Governo do Estado de São Paulo

São Paulo – Maurício Pozzobon Martins, cunhado do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) que ganhou um emprego como Assessor Especial do Governador nível II no Palácio dos Bandeirantes, segundo publicação do Diário Oficial do Estado desta quarta-feira (11/1), deve receber um salário mensal de R$ 21.017,85

Martins vai ocupar um cargo no gabinete que pertencia a Wilson Pedroso, articulador de bastidores do PSDB que coordenou a campanha (que não decolou) de Doria à Presidência depois de coordenar, com sucesso, as campanhas para prefeito da capital paulista (em 2016) e ao governo do Estado (em 2018).

O assessor tinha fama de “faz-tudo” de Doria, sendo encarregado da interlocução do governador com empresários, com representantes de associações de diversos setores econômicos e com políticos do próprio PSDB e de outros partidos.

Pedroso, porém, havia sido nomeado para cargos de conselheiro fiscal de quatro outros órgãos do governo: o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), a agência de fomento Desenvolve SP, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e a Companhia do Metrô.

Como a remuneração por participar de conselhos é entendida pela Justiça como verba indenizatória, o pagamento total do servidor que recebia esse tipo trabalho pode furar o teto constitucional, de modo que, no fim, a remuneração mensal do auxiliar de Doria chegava a R$ 35,3 mil.

Irmão de Michelle Bolsonaro

Outro beneficiado com um cargo público no gabinete de Tarcísio é o irmão da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, Diego Torres Dourado, que ocupará cargo de Assessor Especial do Governador I.

Dourado, bolsonarista que faz a interlocução de Tarcísio com os setores mais radicais dentre os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, padrinho político do governador, ocupará uma vaga cujo salário-base atual é de R$ 19.204,22.

A vaga ocupada por Dourado pertencia a Vera Helena Villaça, auxiliar de Rodrigo Garcia (PSDB) que trabalhava com o governador desde 2007, quando ele era deputado estadual.

Policial federal da campanha

Outra pessoa de confiança que Tarcísio indicou ao governo nesta quarta-feira foi o policial federal Danilo César Campetti, que concorreu a cargo de deputado federal nas últimas eleições mas não teve sucesso. Ele será Assessor Técnico de Gabinete nível IV. Sua vaga tem salário-base de R$ 9.864,70.

Campetti é o policial federal que estava armado, com Tarcísio, no dia em que a comitiva de campanha do governador se viu em meio a um tiroteio em Paraisópolis, na zona sul de São Paulo. A presença do policial no ato de campanha foi vista pelo Ministério Público Eleitoral como o uso indevido de um servidor público para um ato de campanha.

O MP Eleitoral quer que Tarcísio seja multado pela presença de Campetti no evento com sua arma (que, por ser a arma funcional dele como policial, se caracterizou como um bem público usado por um candidato, o que também é vedado). A equipe do governador afirma que o policial estava de folga naquele dia.

 

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