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Buscando distância de radicais, Tarcísio se reúne com Lula e militares

Governador de SP, eleito com apoio de Bolsonaro, tenta manter relação amistosa com Lula após ato terrorista, mas sem desagradar própria base

atualizado

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Alessandro Dantas/PT no Senado
Tarcísio de Freitas durante participação na Comissão de Serviços de Infraestrutura
1 de 1 Tarcísio de Freitas durante participação na Comissão de Serviços de Infraestrutura - Foto: Alessandro Dantas/PT no Senado

São Paulo – Enquanto tenta se descolar dos seguidores mais radicais de seu padrinho político, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), responsáveis pelos atos de terrorismo em Brasília, mas sem desagradar todos os eleitores bolsonaristas, o governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos) tem reuniões com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e com comandantes do Exército de São Paulo nesta quarta-feira (11/1).

Será o primeiro encontro bilateral entre Tarcísio e Lula desde a posse e o governador pretende usar o encontro para negociar acordos sobre projetos que pretende tocar, mas que dependem de anuência do governo federal.

Na pauta, está a privatização do Porto de Santos e da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), além de repasses para Organizações Sociais que atuam em parceria com o governo.

Na última segunda-feira (9/1), Tarcísio chegou a ir a Brasília, após relutar, para a reunião entre todos os governadores convocada pelo petista, em um esforço de demonstrar unidade institucional após a ação dos golpistas contra os Três Poderes, no domingo (8/1).

Tarcísio temia que o evento se transformasse em um ato contra Bolsonaro, mas recebeu garantias da ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber que esse não seria o tema do evento, como mostrou a coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles.

Na reunião, usou o microfone para defender a democracia e chegou até a fazer um afago público ao vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), ex-governador de São Paulo, dizendo a Lula que tinha “muito a aprender” com ele.

Paralelamente à aproximação, Tarcísio adotou uma postura moderada contra os radicais que permaneciam acampados na porta do Comando Militar do Sudeste, na capital paulista, e em outros 33 pontos do Estado.

Seu secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, também um apoiador “raiz” de Bolsonaro, conduziu a desocupação dos acampamentos determinada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes buscando o diálogo, e por fim não efetuou a prisão de ninguém – o governo garantiu que uma lista de acampados seria enviada ao Supremo, mas sem dar detalhes.

Novas agendas

O novo encontro de Lula com Tarcísio não vinha sendo confirmado pela equipe de Tarcísio até o fim da noite desta terça-feira (10/1), embora já constasse na agenda oficial do presidente para as 10h desde o começo da noite. Ele estará ao lado de Gilberto Kassab (PSD), cujo partido faz parte tanto do governo Lula quanto da gestão Tarcísio.

Ao sair de Brasília, Tarcísio retorna ao Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, onde recebe os comandantes do Comando Militar do Sudeste, quartel-general do Exército onde havia um acampamento com cerca de 70 barracas até segunda-feira.

O Palácio dos Bandeirantes foi questionado, mas não deu detalhes sobre a pauta de nenhuma das reuniões.

 

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