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Alvo da oposição, privatização da Sabesp vira tabu na base de Tarcísio

Projeto de privatização da Sabesp, uma das promessas de campanha de Tarcísio, precisa ser aprovado pela Alesp para se tornar realidade

atualizado

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Governo do Estado de São Paulo
Tarcísio de Freitas
1 de 1 Tarcísio de Freitas - Foto: Governo do Estado de São Paulo

São Paulo – Aliados do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) têm tratado com extrema cautela a proposta de privatização da Sabesp, uma das promessas feitas por ele na campanha eleitoral que virou prioridade do novo governo.

Para virar realidade, o projeto de desestatização da companhia de saneamento básico do estado precisa ser aprovado pela Alesp, onde os partidos contemplados com cargos no primeiro escalão do governo não formam maioria — são 36 dos 94 deputados eleitos, número bem abaixo do mínimo de 48 votos necessários para aprovar uma lei.

Além da dificuldade numérica, o tema é visto como espinhoso entre as próprias legendas que compõem a base de Tarcísio na Alesp. Um dos motivos é o argumento difundido pela oposição de que a privatização da Sabesp vai encarecer a conta de água, o que assusta o eleitorado e, consequentemente, pressiona os políticos.

Publicamente, no entanto, partidos como Republicanos e PL, principais legendas da base junto com o PSD, têm dito que preferem esperar os estudos que o governo Tarcísio promete realizar antes de se posicionarem sobre a privatização.

“A privatização é muito grande para ser executada sem os estudos. Temos de ver qual será a posição do governo, as vantagens e desvantagens quando apresentarem os estudos. Por isso, ainda é precipitado opinar”, declarou o deputado Ricardo Madalena, atual líder do PL, que terá a maior bancada da Alesp na próxima legislatura, com 19 deputados — a posse dos eleitos em 2022 será no dia 15 de março.

Partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, o PL também abriga o indicado de Tarcísio para a presidência da Alesp: o deputado André do Prado, afilhado político do presidente da sigla, Valdemar Costa Neto.

Já no Republicanos, partido do próprio governador, o deputado Gilmaci Santos se esquivou do assunto afirmando que a privatização da Sabesp ainda não entrou na pauta de nenhuma bancada.

“Nenhuma bancada está discutindo isso, não há nada em pauta. O governador, em nenhum momento depois da posse, falou sobre isso novamente. Ainda temos muito o que aguardar. A bancada do Republicanos não discutiu sobre isso ainda”, afirmou.

Na prática, Tarcísio tem falado com frequência sobre a privatização da Sabesp em eventos com investidores desde que tomou posse. No Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça), em janeiro, ele disse que os estudos começariam “imediatamente” e que pretende concluir a desestatização da companhia até o fim do ano que vem.

Oposição busca travar projeto

Se nos partidos da base o tema é tratado como tabu, nas siglas de oposição, como PT e Psol, a situação é bem diferente. No dia 7 de fevereiro, deputados das duas legendas promoveram uma reunião da frente parlamentar contra a privatização da Sabesp, coordenada pelo petista Emídio de Souza.

“A bancada do PT deixa muito claro que nós vamos reunir todos os nossos esforços para que isso não aconteça. Nós temos claro que a privatização da Sabesp é um grande erro”, disse a deputada Márcia Lia, líder da bancada petista.

Líder do Psol na Casa, a deputada Mônica Seixas mencionou o lucro da Sabesp no último ano e afirmou que o veto à privatização vai ser uma das prioridades da bancada na próxima legislatura.

“Acho que essa será uma votação polêmica, que deve mobilizar toda a Assembleia Legislativa. Está no nosso eixo de prioridade, mas que no que depender do Psol, vamos fazer o máximo possível para obstruir e a Sabesp continuar pública”, disse.

Como o Metrópoles mostrou na semana passada, a Sabesp registrou lucro líquido acumulado de R$ 2,47 bilhões entre janeiro e setembro do ano passado. Os resultados do último trimestre ainda não foram divulgados. A companhia tem 28,4 milhões de clientes e fornece água tratada e coleta de esgoto a mais da metade dos 645 municípios paulistas.

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