Antes da Sabesp, Tarcísio pretende privatizar outra estatal paulista
Governador eleito, Tarcísio de Freitas reiterou projeto de concessões em evento na capital e anunciou desejo de privatizar Emae
atualizado
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São Paulo – O governador eleito Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou na tarde desta quinta-feira (8/12) que pretende privatizar a Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae) antes da Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp), que foi uma promessa feita na campanha eleitoral.
“Vamos começar pela Emae, que é uma empresa que já não faz mais sentido o governo do Estado de São Paulo ter e muito se discutia se ia fazer [a privatização da] Emae junto com a Sabesp ou não”, declarou o governador eleito. A Emae é uma empresa geradora de energia que também controla o volume de água do Rio Pinheiros, na capital.
“Vamos pensar simples, fatiar o gorila, como algumas pessoas falam. Está fácil vender a Emae? Então está bom, vamos vender a Emae primeiro e enquanto isso a gente vai trabalhando naquela que vai ser a grande privatização de São Paulo que é a Sabesp”, completou Tarcísio.
A fala ocorreu durante evento promovido pelo Itaú BBA, do qual também participaram os governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB).
Sabesp
Promessa de campanha, a privatização da Sabesp foi uma das críticas que Tarcísio enfrentou durante as eleições – em especial do petista Fernando Haddad, adversário no segundo turno. O ex-ministro da Infraestrutura chegou a recuar e dizer que pediria estudos a respeito da privatização.
Em maio, ainda na pré-campanha, declarou que sua prioridade era a universalização do saneamento básico.
“Pode ser com a Sabesp pública, pode ser com a Sabesp privada”, disse em palestra promovida pela Associação Comercial de São Paulo.
Na semana passada, voltou a dizer que a privatização da estatal era “o melhor caminho”. Nesta tarde, foi mais incisivo em sua defesa e – assim como em evento da Exame realizado ontem – comparou a privatização da Sabesp à da Eletrobras.
“São Paulo não vai ficar atrás do Rio. Ninguém quer ver a baía de Guanabara despoluída antes do Tietê e do rio Pinheiros”, disse ele, que é nascido no Rio de Janeiro.
O futuro governador paulista também afirmou que o valor da conta de água não deve aumentar. “Pessoal me atacava muito na campanha: ‘porque a conta de água vai aumentar’. Mentira, vai cair.”