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Alckmin diz que relação do governo com MST não mudou e que CPI exige cautela

Alckmin participou da Feira da Reforma Agrária, promovida pelo MST e que retornou ao Parque da Água Branca, em São Paulo, após 5 anos

atualizado

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Geraldo Alckmin
1 de 1 Geraldo Alckmin - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

São Paulo – Durante visita à Feira da Reforma Agrária, promovida pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra em São Paulo, Geraldo Alckmin (PSB) afirmou que a relação do governo Lula (PT) com o MST não mudou, mesmo após as ocupações do Abril Vermelho. O vice-presidente também se mostrou cauteloso em relação à CPI que será instaurada na Câmara dos Deputados.

“Não mudou nada [a relação com o MST]. Na realidade, o governo do presidente Lula e todos nós defendemos a reforma agrária”, afirmou Alckmin na tarde deste sábado (13/5).

As ocupações integram o movimento anual promovido pelo MST e chamado de Abril Vermelho, que relembra o massacre de Eldorado dos Carajás, no qual 19 trabalhadores rurais foram assassinados em 1996.

Neste ano, houve desgaste com o Palácio do Planalto após invasões às sedes do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e a uma fazenda que pertence à Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).

O ministro Alexandre Padilha, da Secretaria de Relações Institucionais e responsável pela articulação política do governo, chegou a condenar publicamente “qualquer invasão de terras produtivas”.

Durante a visita à feira, nesta tarde, Alckmin não subiu ao palco principal para discursar – diferentemente do ministro Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), que ironizou a instalação da CPI e afirmou que o desgaste provocado pelo Abril Vermelho foi “superado”.

Questionado se evitou o palanque por causa das invasões, o vice-presidente negou e disse que sempre visitou a feira quando foi governador de São Paulo. “Não precisa fazer discurso. Eu não sou muito da ribalta”, disse. A Feira da Reforma Agrária retornou ao Parque da Água Branca, em São Paulo, após 5 anos.

CPI do MST

Alckmin também afirmou que é necessário ter cautela com a CPI do MST, que deve ser instaurada na Câmara na segunda quinzena deste mês.

“Eu sou muito cauteloso com essa história de CPI. Nós precisamos de mais Montesquieu [filosofo francês que idealizou a separação dos poderes] e menos Connan Doyle [escritor escocês e autor dos livros do detetive Sherlock Holmes]”, alfinetou Alckmin.

“O trabalho do legislativo é legiferante, não é policialesco. Sou muito cauteloso com todo tipo de CPI. Já tem muitos órgãos de fiscalização, tem o TCU, tem o Ministério Público, tem Controladorias, Corregedorias”, acrescentou o vice-presidente.

A presidência e relatoria da CPI, os dois cargos mais importantes, devem ficar com nomes da oposição, o que é considerado atípico no Congresso. Integrantes do MST manifestaram desconfiança de que o governo Lula não atuou nos bastidores para tentar impedir isso.

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