Policial Ervilha, que cobrou R$ 500 mil de preso, perde o cargo em SP
Investigador Marcos André de Almeida, o Ervilha, foi condenado por cobrar dinheiro para soltar investigado por receptação de carga roubada
atualizado
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São Paulo — O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) determinou a perda do cargo ao investigador da Polícia Civil Marcos André de Almeida, conhecido como Ervilha, condenado a seis anos e dois meses de prisão em regime semiaberto por extorquir receptadores de cargas roubadas.
A perda do cargo, segundo decreto publicado pelo vice-governador Felício Ramuth (PSD) nesta segunda-feira (30/12), ocorre após trânsito em julgado do processo em que o policial recorria da sentença da Justiça paulista.
Ervilha (foto em destaque) já havia tido a aposentadoria cassada em abril de 2023. Agora, ele perdeu o cargo público definitivamente, sem chance de novo recurso.
De acordo com denúncia oferecida pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), o investigador realizava extorsões pelo menos desde 2015. Na época, Ervilha atuava na 2ª Divisão de Investigações sobre Roubos e Receptações de Veículos e Cargas do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).
Os promotores afirmam que ele e comparsas passaram a extorquir um investigado, cobrando R$ 500 mil para que ele não fosse preso por receptação. Após negociação, o valor fixado foi de R$ 250 mil. Mediante pagamento, Ervilha e seus comparsas teriam liberado o investigado, segundo a denúncia, continuando a cobrar os outros R$ 250 mil e fazendo ameaças à sua família.
Após uma série de recursos impetrados pela defesa do policial em diferentes instâncias, o processo chegou ao trânsito em julgado no Superior Tribunal de Justiça (STJ), com o encerramento das possibilidades de recurso.
O vice-governador Felício Ramuth exerce o cargo interinamente enquanto o governador Tarcísio está afastado por 15 dias para uma viagem aos Estados Unidos.